nas fotografias não representa nada, são apenas retratos sem nenhum tipo
de sentimento, de acordo com Rúbia.
Apesar de ter dado Rúbia para a Elizarde, Maria Cláudia teve mais
duas filhas, ambas de pais diferentes. Entretanto, assim como fez com Rú-
bia, a moça rejeitou as duas crianças e as deu para parentes de cada um.
Ninguém, nem mesmo a família de Maria Cláudia sabe o porque ela não
queria as filhas, pois condições de criar ela teve. Tal fato por muito tempo
deixou Rúbia magoada porque ela não compreendia a decisão da mãe ter
dado ela para uma “estranhas” enquanto as irmãs tiveram, pelo menos, as
avós paternas por perto.
PRESENTE DE DEUS
Hoje, aos 30 anos, Rúbia é uma mulher forte e determinada. Nem
parece que um dia sofreu por ter sido abandonada por quem mais devia
amá-la. Rúbia é psicóloga e considera que a Psicologia foi fundamental
para fazê-la entender as atitudes que a mãe biológica teve. Além disso, du-
rante a nossa conversa, Rúbia chegou a dizer que apesar de ter perdoado
a mãe, mesmo sem ter tido contato com ela, o que sente por ela é apenas
indiferença.
Mas, quando se trata de Elizarde, mãe adotiva, a psicóloga logo abre
um sorriso e diz: “é a melhor mãe que Deus poderia ter me dado. É ver-
dadeiramente, um presente dele”. Rúbia é muito grata à Elizarde, não só
por todo amor, mas, principalmente, por tudo o que ela tem. Além disso,
a mesma acredita que se tivesse sido criada por Maria Cláudia a vida dela
seria totalmente diferente, ela não seria metade do que é hoje.
Antes de encerrar meu bate papo com Rúbia, perguntei se ela gosta-
ria se der mãe um dia, já que ela tem um relacionamento. E, para a minha
surpresa, a psicóloga respondeu um não com total convicção de quem pen-
sou muito antes de tomar essa decisão. Levada pela curiosidade eu mais do
que rápido perguntei o porque e se isso tinha relação com a história dela. A
mesma me disse que talvez sim, mas ela acredita que para ser mãe a mulher
deve estar preparada para abrir mão de muita coisa e ela não está.
Que mulher! Rúbia é um exemplo de força e determinação. Se todas
as mulheres pensassem como ela, com toda certeza, haveria menos crianças
perambulando pelas ruas. Crianças essas que estão expostas a situação de
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