homem se cansasse e mandasse Renato para a casa de outro tio, Em Vi-
tória.
Já em Vitória, vivendo uma outra rotina, Renato continuava tocando
a vida como qualquer outra criança, estudando, brincando e se desenvol-
vendo. Mas ainda faltava amor, faltava também uma referência de famí-
lia. A ausência de carinho recebido dos pais fazia com que cada vez mais
se tornasse “frio”, ou um pouco mais duro sentimentalmente. Na escola,
quando os amiguinhos perguntavam pela mãe do produtor de eventos, ele
mentia. Dizia que ela era rica e viajava a trabalho e por esse motivo nunca
era vista.
QUANDO A VIDA SORRIU
Aos 21 anos, cansado de ser incompreendido e julgado pelo com-
portamento, Renato saiu da casa do tio e foi morar sozinho com um amigo,
sem nem ter fonte de renda. No entanto, com a certeza de que a partir
daquele momento era ele por ele. De início encontrou dificuldades como
qualquer pessoa que encara essa fase da vida, mas no segundo mês de alu-
guel já estava empregado e estabilizado financeiramente.
Anos mais tarde a vida finalmente sorriu para o produtor de even-
tos. Em 2004, aos 24 anos, Renato encontrou quem viria finalmente trazer
sentindo a sua vida, era ela, Aurora (nome fictício). Não precisou de muito
tempo para Renato saber que ela era o amor de sua vida. No entanto, a
soma do amor dos dois logo resultou na chegada de Vinícius, o único filho
do casal. Foi a partir da construção da própria família que Renato, final-
mente, conseguiu ter uma referência familiar.
Aurora e Vinícius deram significado à vida de Renato. Os mesmos
são os motivos por ele acordar e respirar todo santo dia. Durante toda a
nossa conversa, o produtor de eventos fez questão de enfatizar que seu
filho tem o que ele não teve, e isso vai além de bens materiais. Eu falo de
amor, carinho, afeto, e principalmente, limites porque quem ama educa.
Renato foi uma criança criada “à Deus dará”, fazia o que queria e quando
queria e só não entrou na vida errada porque ele não se deixou influenciar.
Então, por esse motivo, Vinícius é criado na linha porque essas são as ati-
tudes de quem preza por um filho.
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