Grande Vitória. No início tudo ocorreu bem, a família estava feliz. A
Emilly cresceu cercada de muito amor recebido dos avós e dos tios, a me-
nina estudou, brincou e foi feliz como toda criança deve ser. No entanto,
o sentimento de mágoa e rancor entristeciam o “coraçãozinho” da menina
que não entendia o porquê de sua mãe não querer os prórpios filhos e quais
foram os motivos que levaram ela a abandonar não um, mas sete bebês.
Em 2009, a família Silva perdeu o alicerce, “seu” André, como era
carinhosamente chamado por todos à sua volta. Na época, Tereza veio
para o sepultamento do pai, chegou a ver a filha Emilly, porém, procurava
manter o menor contato possível. Além do mais, enquanto esteve com os
filhos, Tereza sempre frisou que não gostava de ser chamada de mãe, afi-
nal, ela nunca foi mãe. Ela apenas “botou no mundo”, como se isso fosse
simples assim...
Um ano depois da morte de André, a família era formada apenas
por duas pessoas: dona Elisabeth e Emilly. Mas, às vezes, a vida nos prega
peças e quando menos esperamos somos surpreendidos. E foi exatamente
o que aconteceu com a família Silva. Era 02 de junho de 2010 quando o
telefone tocou para trazer a informação de que Tereza havia abandonado
um filho em uma maternidade no Rio de Janeiro. Às pressas, Elisabeth foi
à cidade maravilhosa buscar a mais nova netinha, Vitória.
Chegando lá, a avó de Emilly deparou-se com uma menina prema-
tura, nascida de apenas seis meses e meio. Surpreendentemente, Vitória
nasceu sem nenhuma sequela, mesmo não tendo sido acompanhada por
um pré-natal durante a gestação. Nos primeiros meses de vida a recém-nas-
cida foi alimentada com o leite de uma vizinha, mas era da avó e da irmã
que ela recebia o aconchego que aquece o peito e a alma.
O ÚLTIMO SUSPIRO
Ao longo da vida, Emilly viu a mãe em pouquíssimas ocasiões, como
no sepultamento de André. No entanto, aos 20 anos a jovem viu a vida
mudar completamente quando Tereza ficou doente e veio para o Estado
consertar os erros do passado. Aquela que antes era baladeira, que gostava
de viver a vida como se fosse o último dia de vida, estava tão doente que foi
parar no Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) de um hospital estadual.
Ali ela passou dias e noites sem os brincos e o batom que ela gostava de
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