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CAPÍTULO 3 PERDÃO: ATO DE QUEBRAR CORRENTES Emilly Silva Conheço uma música que diz que o perdão é a canção do amor e que perdoar é se libertar, é quebrar as correntes de alguém. Essas sábias palavras são de Luiz Arcanjo, um cantor gospel. Confesso que concordo com ele, o perdão vai além de desculpar um outro alguém, ele é capaz de libertar aquele que foi ferido, magoado de alguma forma. Esse é o caso de Emilly Silva, que foi criada pelos avós após ter sido abandonada pela mãe, mas essa história tem um diferencial: o perdão. Emilly nasceu em 1994, em Belford Roxo, na cidade maravilhosa – Rio de Janeiro. Filha de uma mãe festeira, a dona de casa sempre teve os avós como referência de quem eram os responsáveis por ela. Tereza Silva (nome fictício) gostava de levar a vida em bares e festas, sem precisar ter nenhum tipo de preocupação como trabalho, filhos, casa, etc. Antes de engravidar de Emilly ela já havia tido um total de sete filhos, sendo dois criados por sua mãe Elisabeth (nome fictício) e cinco criados pela família paterna de cada criança. Apesar da Tereza ser muito ausente, Emilly morava com ela e os avós. Mas, de uma hora para outra a vida mudou. Tereza fez as malas da filha e a levou para São Paulo, mais especificamente para a casa de Rogé- rio Siqueira (nome fictício), pai da menina. Até aquele momento ambos não se conheciam, já que Emilly foi fruto de uma única noite pós balada e bebedeira. Sem ter nenhum tipo de laço afetivo com o pai, a menina foi obrigada a ficar com o pai, enquanto Tereza partia sem olhar para trás. Não bastou nem duas semanas para Rogério ir até o Rio de Janeiro devolver a filha para os avós maternos. Ele alegou que trabalhava muito e não tinha condições de ficar com Emilly. Apesar de isso ser muito triste, ficar com os avós fazia o jogo de empurra-empurra chegar ao fim, já que os verdadeiros responsáveis pela menina não a queriam. No entanto, de- morou para Emilly perder as esperanças que viveria junto com mãe outra vez, pois, de meses em meses Tereza resolvia aparecer para dar um “alô”. Buscando preservar a saúde mental de Emilly, além de fugir da fi- lha, Elisabeth e o marido, André, resolveram mudar-se para Cariacica, na 19