Diante das explicações dadas pela dona de casa, ambas voltaram
para a casa onde Maria, mãe de Maria do Amparo vivia, em Iapu. Segundo
mamãe, passaram-se duas horas e um fusca muito azul, o qual ela jamais
esquecerá, estacionou, abriu as portas e Maria do Amparo entrou com as
malas, sem nem olhar para trás. Não sabemos como, pois, naquela época
não havia toda a tecnologia que temos hoje, porém, alguns dias depois a
dona de casa entrou em contato com João dizendo o seguinte:
“Fui embora. As meninas estão na casa da minha mãe. Se você não quiser, me avise que vou
jogar no asfalto pro carro passar por cima”.
Mais do que rápido e tomado pelo desespero, João correu até Iapu
para buscar as filhas. Foram tempos muito difíceis, já que o montador pre-
cisava trabalhar e as irmãs de Maria do Amparo não podiam tomar conta
das crianças porque também trabalhavam. Sem ter o que fazer, meu avô
pagou uma pessoa para cuidar das meninas, na época, ele ainda tinha con-
dições financeiras para se dar ao luxo de ter alguém para ser babá das filhas.
Eu não queria tomar partido e ser imparcial. Contudo, preciso dizer
o quando o meu avô, João, é um homem íntegro e maravilhoso. Ele sempre
foi assim. Maria do Amparo foi uma péssima esposa, a mesma não tinha
motivo para abandonar sua família. Meu avô não bebia, nunca bateu nela
e também não saia. Que mulher não quer isso de um homem!? O salário
do mês ele dava na mão dela, só tirava a quantia suficiente para comprar o
maço de cigarro do mês. O problema é que ela não amava ninguém, o ódio
dela era maior pelo meu avô e por minha mãe.
O RETORNO
Passaram-se dois longos anos e após levar o velho “pé na bunda”,
Maria do Amparou retornou com um discurso formando de que as filhas
estavam sendo maltratadas, além de estarem com piolhos. Que coisa estra-
nha, né? Uma mãe abandona os filhos e depois retorna preocupada com
os mesmos. Hipocrisia! Mas, se tratando de Maria do Amparo, coisa boa
não era. Ela só voltou porque queria pensão, já que ela não havia de sepa-
rado perante a lei. Na época, a forma mais fácil e conseguir isso era tendo
a guarda das crianças.
João que não era besta logo tratou de entrar na justiça solicitando a
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