Penha classifica os tipos de violência cont ra a mulher nas seguin-
tes categorias:
1. Violência patrimonial: entendida como qualquer comporta-
mento que config ure controle forçado, destruição ou subtração de
bens materiais, documentos e instrumentos de trabalho, violência
sex ual, violência física, violência moral e violência psicológica.
2. Violência sexual: engloba os atos que forcem ou constran-
jam a mulher a presenciar, ou continuar ou participar de relações
sexuais não desejadas, com intervenção de força física ou ameaça.
3. Violência física: compreendida por maneiras de agir que
violam os preceitos, a integridade ou a saúde da mulher.
4. A violência moral: entendida como qualquer conduta que
represente calúnia, difamação e/ou injúria.
5. Violência psicológica: entendida como qualquer comporta-
mento que cause à mulher um dano emocional, diminuindo sua
autoestima, causando constrangimentos e humilhações.
Em grande parte das vezes, a violência doméstica e familiar se
inicia com a vio
lência psicológica, que contribui para a perda
gradativa de sua autoestima e confiança, até chegar ao ponto de
perder por completo sua dignidade e ao exagero de acreditar que
é merecedora e única responsável por todo o mal que vem sofrendo,
se tornando extremamente submissa às vontades de seu agressor,
na maioria das vezes seu próprio companheiro, e se submetendo
a espancamentos, violência sexual, patrimonial e moral.
Com a autoestima degradada, a mulher acaba aceitando toda
humilhação como um castigo merecido e se omite, preferindo o
sofrimento a correr o risco de ser julgada perante a sociedade.
A sociedade por sua vez, tendo intrínseca a tradição machista
que, por séculos, embasa a cultura no Brasil, também prefere se
omitir a se expor, afinal foi educada a acreditar que “em briga de
marido e mulher não se mete a colher”.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez uma pesquisa com 83
países sobre o assassinato de mulheres. Nesse ranking, o Brasil ocupa
a 5 a posição, com uma taxa de 4,8 homicídios de mulheres a cada 100
mil, o que leva à conclusão que a lei por si só não é suficiente para
cessar as agressões e outras violências contra a mulher.
Este é um indicador que os índices do país são excessivamente
elevados (Mapa da Violência, 2015):
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Mayra Vieira Dias