Por outro lado, como no período colonial, continua exportador
de recursos naturais e produtos de baixo valor agregado em larga
escala: minérios de ferro, produtos agropecuários, alumínio,
papel e celulose, soja e carnes, com consumo gigantesco de água
e energia em seus processos produtivos.
Portanto, fica evidente a dependência-subordinação da
economia brasileira às principais economias mundiais como
fornecedora de matérias-primas, água, energia e produtos
manufaturados. A economia continua muito dependente do valor
das commodities, com uma vulnerabilidade muito grande em
relação ao mercado mundial. Nos últimos anos, agravou-se esta
situação, com a diminuição do setor industrial na participação
do PIB brasileiro.
Neste cenário internacional de ameaças e oportunidades, o
Brasil pela sua dimensão territorial, pelas riquezas naturais,
base técnica e científica que construiu nos últimos anos, aliado
ao ativismo da sociedade civil, nas ruas e nas redes, tem jogado
um papel relevante na discussão de uma outra perspectiva de
desenvolvimento, que se quer sustentável desde a RIO+92.
O Brasil tem jogado um papel positivo neste processo. Coloca-
se a necessidade de um diálogo permanente entre as forças políti-
cas, econômicas e sociais nacionais e internacionais, no sentido
de uma nova configuração das organizações multilaterais, incor-
porando, efetivamente, o caráter de urgência destas mudanças, a
ser realizadas na ONU, no FMI, no Banco Mundial, na OMC, na
OIT, no Mercosul, entre outros, para se trabalhar políticas de
cooperação internacional de maneira integrada, que avancem
para o desenvolvimento e a sustentabilidade mundial e regional.
Nos últimos anos, a sociedade brasileira tem se manifestado
nas ruas e nas redes sociais de uma maneira muito clara,
querendo reformas e um outro tipo de representação política.
Vive-se, na conjuntura atual, a sociedade do terror. A realidade do
Rio de Janeiro é um sintoma da nossa tragédia. A população quer
resultados efetivos para a vida cotidiana, marcada por precárias
condições econômicas, sociais e ambientais. Urgências que não
podem mais ser postergadas.
Deve-se aproveitar a atual crise no Brasil para avançar nas
reformas tão necessárias, apostando em um novo pacto político,
econômico e social, que ajude a avançar a democracia brasileira
rumo a este futuro desejado.
Os desafios do desenvolvimento e da sustentabilidade
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