estagnação prolongada compromete, naturalmente a capacidade
produtiva, mesmo que o empresariado não desmobilize fisica-
mente seu investimento.
De todos os elos de produção no setor, os terrenos são o esto-
que de capital com menor custo de carregamento, que pese pode-
rem perder valor frete ao que foi gasto em sua aquisição, assim
como as despesas com impostos municipais e, em alguns casos,
riscos de invasão. No entanto, terrenos têm menor custo de carre-
gamento que imóveis prontos e não comercializados. Logo, o
investimento em novos empreendimentos, após longo período
recessivo, que compromete a disponibilidade de capital dos inves-
tidores, demanda maior dose de cuidado do que o usual, fato que
dificulta a reativação do setor.
Em conjunto, então, tem-se os seguintes desafios:
a) A reativação pelo lado da demanda individual encontra limi-
tes nas expectativas nos agentes econômicos em relação ao
seu próprio futuro financeiro;
b) A reativação com base em uma rodada de investimentos
públicos esbarra na baixa capacidade atual de financia-
mento do governo;
c) O empresariado possui limites estritos de carregamento da
infraestrutura produtiva, que gradativamente comprome-
tem, inclusive, a liquidez de sua posição e sua habilidade em
iniciar novos empreendimentos.
Uma agenda para a retomada dos investimentos em
infraestrutura
A reativação do setor da construção passa, necessariamente,
pela retomada dos investimentos no setor de infraestrutura. Dado
o quadro de forte restrição orçamentária do Poder Público, a
participação de capital privado é inevitável, sendo possível o
recurso a dois tipos específicos de concessões: modalidade pura;
e, modalidade Parceria Público-Privada (PPP).
As concessões puras tratam de serviços que por sua natureza
são capazes de gerar lucro para um concessionário privado, que
pode cobrar diretamente do usuário pela prestação do serviço.
Nesse grupo, incluem-se as concessões de determinadas rodovias
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Demetrio Oliveira; José Carneiro Neto; Piscila Alvim