A eleição por lista fechada, uma excrescência barrada durante
os debates na Câmara e no Senado, funciona na realidade quando
os partidos definem livremente quanto e quem vai receber dinheiro
público para a sua campanha, dentro da sua lista de candidatos
preferenciais, praticamente inviabilizando os demais. O controle
sobre o acesso à propaganda oficial também é exclusivo da cúpula
dos partidos. Aparece na TV quem eles determinarem. Os outros
que se virem sozinhos, quase clandestinos. É a mesma lógica do
veto a candidaturas avulsas: o controle absoluto é dos partidos.
A renovação é dificultada a qualquer custo (e esse custo – carís-
simo, como já ficou claro – é espetado na conta do povo). Alguns
novos partidos tem insignificantes 4 ou 5 segundos de propaganda
na TV. Não dá nem para se apresentar minimamente, como fazia,
no folclórico bordão “Meu nome é Enéas”, o falecido presidenciável
do igualmente finado Prona. Se o eleitor-espectador piscar o olho,
não vê passar o candidato. Isso é justo? É democrático?
Dos debates só participa quem está em partido ou coligação
com um número “x” de parlamentares. Ou seja, partido novo (e o
Novo é mesmo um dos exemplos concretos e objetivos) está excluído
dos confrontos entre candidatos mediados na TV, enquanto parti-
cipam outros que aparentemente seriam barrados se houvesse
teste psicotécnico ou exame antidoping para ocupar uma cadeira.
Lamentável como se criam labirintos jurídicos e armadilhas políti-
cas tendo como pano de fundo a “democracia”, essa palavrinha
mágica que esconde tantos abusos e absurdos corporativistas e
antiéticos, ilusão de ótica que segue beneficiando quem deseja
manter tudo como está para ver como é que fica.
Democracia mesmo, aquela que existe quando a boa política
(mais que “nova” ou “velha”, mas verdadeiramente “boa”, que
corresponda plenamente ao que é exigido, desejado ou esperado
quanto à natureza, adequação, função, eficácia e funcionamento
da política) é posta em prática, não teremos ainda em 2018 ou até
que as reformas estruturais do Brasil sejam tocadas com rigor,
coragem, responsabilidade e independência.
Por isso, o voto em 7 de outubro é tão importante: para a Presi-
dência da República e para o Governo do Estado, mas também – e
principalmente – para o Senado Federal, a Câmara dos Deputa-
dos e as A