eleição é “quem ganhar, leva”. Não existe outra opção que não
seja a aceitação da alternância de poder e o respeito à decisão
popular, qualquer que seja. A radicalização e o ódio semeados
até agora na disputa eleitoral são o caldo de cultura para que o
pior possa acontecer.
As eleições estão sendo polarizadas por candidatos que ideolo-
gicamente se prepararam para as eleições como se fossem para
uma guerra, esse é o problema. A disputa eleitoral precisa se dar
em outros termos, menos belicosos. Não será com declarações de
boas intenções que esse clima será revertido, é preciso mudar o
discurso de campanha. É improvável que isso ocorra. Se antes
era o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cuja candida-
tura a presidente da República foi impugnada, que se passava por
vítima de uma suposta armação política, agora Bolsonaro foi
vítima de um atentado real à sua vida. Tudo indica que o crimi-
noso era um tresloucado, numa ação individual, mas o fato
perturba ainda mais o processo eleitoral e mexe com a emoção
dos eleitores. A violência nas eleições precisa ser contida, para o
bem da democracia, que também foi esfaqueada.
46
Luiz Carlos Azedo