voluntário. Acho que isso é uma tremenda intromissão do Estado
no meu direito de vender minha força de trabalho!
Assim como eu, existem donas de casa, estudantes de segundo
grau ou universitários, aposentados e pensionistas que poderiam
ser empregados e remunerados por hora, com contratos de traba-
lho diferenciados. Já que se está estudando a questão relativa aos
trabalhadores terceirizados, porque não tratar desses outros
trabalhadores em potencial?
O mundo está mudando, as relações sociais e econômicas
estão mudando mas enquanto os interesses corporativos atrasa-
dos fazem sua proverbial queda de braço, o tempo passa e mais
distante ficam as soluções. É necessário adaptar-se para sobrevi-
ver, foi o que constatou Darwin.
Parabéns ao senador Cristovam, por sua iniciativa de provocar
nossa inteligência! O Brasil não está habituado a pensar critica-
mente sua realidade nem convidado a propor soluções. Fomos
infantilizados na relação com Estados paternalistas ao longo dos
anos e os governos petistas levaram essa dependência a um nível
inimaginável, através da propaganda, da doutrinação e do
simplismo maniqueísta do “nós” contra “eles” que não questiona
nem avalia, apenas segue a manada.
Sobre a obra: Uma nova esquerda e o Brasil que queremos, de
Cristovam Buarque (Fundação Astrojildo Pereira, 2016, 152p.)
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Lilian Bobany Salazar