À beira do precipício pd51 | Page 192

Lamento pelo modo como Cristovam tem sido tratado na mídia social, mas confio na sua fortaleza de princípios para que não se sinta intimidado a ponto de duvidar de suas convicções! Também eu estou convencida de que o governo Dilma era insustentável e que é um erro defender tal governo que se elegeu de forma enga- nosa e jamais exerceu o poder pela negociação das divergências e sim pela compra, via corrupção, de submissão aos seus propósi- tos na imposição da malfadada “nova matriz econômica”. Querer defender o governo da presidente afastada Dilma Rousseff-PT como se o desgoverno que o caracterizou não pudesse ser tipificado, qual crime comum, por não entender que existam provas de dolo ou autoria, é um absurdo! Continuo sentindo falta de contribuições mais objetivas embora entenda que é uma temeridade descrever projetos objeti- vos numa seara tão desprovida de honra quanto o nosso ambiente político. Nas questões subjetivas, alinho-me aos propósitos do senador Cristovam em sua nova obra e, no que me é possível, continuarei a advogar a busca pelo bem estar de todos, pela prote- ção dos mais vulneráveis (inclusive animais) e pela sustentabili- dade da vida no planeta! Vejo com grande esperança a multiplicação de pequenos produtores de bens e serviços, os “empreendedores”, onde benefí- cios de escala não são determinantes e onde a propriedade da empresa seja de capital privado e onde a sociedade desejável seja a de empregados acionistas. Acredito que quando a propriedade da empresa passa a acionistas de mercado perde-se a visão real do patrimônio que a empresa significa e, diante de conflitos, as decisões tenderão a proteger o capital em detrimento do trabalho e isso, dependendo do tamanho da empresa, pode se tornar um instrumento de pressão do setor empresarial junto ao governo. Como conciliar a “gestão eficiente e republicana do Estado” com o privilégio da estabilidade? O servidor público com baixa produtividade não pode ser demitido, ao contrário do que ocorre no setor produtivo capitalista (onde a demissão, apesar de dificul- tada, ainda é possível) então acomoda-se e é “bancado” pelo Estado. Enquanto nas atividades-fim o Estado, ineficiente e mal gerido, oferece serviços de baixíssima qualidade, nas atividades- meio mostra-se igualmente ineficiente e mal gerido além de inchado e desbaratador dos recursos que faltam nas atividades- fim, servindo, muitas vezes, ao propósito único e exclusivo de 190 Lilian Bobany Salazar