tudo isto a algumas espécies vegetais, destacadamente ao trigo,
ao arroz e à batata.
Mas afinal o que move a história da sociedade humana?
Segundo Harari:
Como você faz as pessoas acreditarem em uma ordem imagi-
nada como o cristianismo, a democracia ou o capitalismo?
Primeiro você nunca admite que a ordem é imaginada. Você
sempre insiste que a ordem que sustenta a sociedade é uma
realidade objetiva criada pelos grandes deuses ou pelas leis da
natureza... a ordem imaginada está incrustada no mundo
material... embora só exista em nossa mente... e ela, a ordem
imaginada é quem... define nossos desejos (p. 121, 123).
Ao invés da “ordem imaginada” adotada pelo autor, Engels diz:
[...] Marx descobriu a lei do desenvolvimento da história
humana: o fato tão simples, mas que até ele se mantinha oculto
pelo cipoal ideológico, de que o homem precisa, em primeiro
lugar, comer, beber, ter um teto e vestir-se antes de poder fazer
política, ciência, arte, religião etc.; que, portanto, a produção
dos meios de subsistência imediatos, materiais, e por conse-
guinte a correspondente fase econômica de desenvolvimento de
um povo ou de uma época é a base a partir da qual se desen-
volveram as instituições políticas, as concepções jurídicas, as
ideias artísticas e inclusive as ideias religiosas dos homens e de
acordo com a qual devem, portanto, explicar-se; e não o contrá-
rio, como se vinha fazendo até então... (“Discurso diante da
sepultura de Marx”, F. Engels).
Para Marx e Engels
A história de todas as sociedades até agora tem sido a história
da luta de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu,
barão e servo, membro das corporações e aprendiz, em suma,
opressores e oprimidos, estiveram em contraposição uns aos
outros e envolvidos em uma luta ininterrupta, ora disfarçada,
ora aberta, que terminou sempre com a transformação revolu-
cionária da sociedade inteira ou com o declínio conjunto das
classes em conflito. (O Manifesto Comunista 150 anos depois.
Contraponto, 1997, p. 8).
Por ter como guia a tal “ordem imaginada” e não os fenôme-
nos sociais da história da humanidade é que Harari afirma:
“Mas é um fato comprovado que a maior parte dos ricos são ricos
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Sérgio Augusto de Moraes