À beira do precipício pd51 | Page 174

navios, e sofriam mais fatalidades durante esses incidentes". "Além disso", justificam os pesquisadores, "os homens eram normalmente encarcerados em celas separadas de mulheres e crianças, e normal- mente ficavam presos por ferros, sobretudo quando o navio ainda estava próximo da África". 1 Censo Nacional Marcado por um cenário de conflitos e protestos pelo fim da escravidão, o século XIX no Brasil foi o único do período colonial a ter um censo completo da população de escravizados. Os dados deste censo foram disponibilizados pelo Núcleo de Pesquisa em História Econômica e Demográfica da Universidade Federal de Minas Gerais (NPHED/UFMG) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapemig). O Censo, feito em 1872, registrou uma população de 10 milhões de habitantes, onde a população escrava correspondia a 15,24% desse total. Os 10 milhões de pessoas estavam distribuí- das em 21 províncias, sendo cada uma subdividida em municípios que, por sua vez, eram divididos em paróquias. Ao todo, eram 1.440 paróquias, as unidades mínimas de informação, que serviram de base para o mapa disponibilizado. O recenseamento é considerado bastante completo por trazer o único registro oficial da população escrava nacional, os imigran- tes separados por nacionalidade, e fazer ainda um inventário inédito das etnias indígenas. De acordo com o levantamento,58% dos residentes no país se declaravam pardos ou pretos, contra 38% que se diziam brancos. Os estrangeiros somavam 3,8%, entre portugueses, alemãe