À beira do precipício pd51 | Page 165

acelerá-las, capturando os instrumentos e o conhecimento dispo- níveis para que se concretize. A partir daí, podemos imaginar que a sociedade civil exige a criação de Políticas Públicas passíveis de implementar tal processo. Um mundo verdadeiramente democrático precisa ser sustentável, o que implica transferir conhecimento acumulado – como o acúmulo proporcionado pelo parque científico e tecnoló- gico do Estado do Rio de Janeiro, provavelmente o maior do país – para as esferas produtiva e social. Por sinal, esta meta já cons- tava do documento da Conferência Nacional de Ciência e Tecnolo- gia e Inovação de 2010. A sustentabilidade atravessa as classes sociais, à medida que os problemas de ordem ecológica que se apresentam diante de nós concernem à sociedade como um todo. Isto posto, é preciso dizer também que são as chamadas classes subalternas as que sofrem mais as consequências dos desequilíbrios ambientais. Assim, o ar que se respira é pior nas áreas populares, como o saneamento básico deixa muito a desejar em inúmeras comunidades. Isto, para não aludirmos a questões como deslizamentos de encostas, que chegam a ser cruciais em muitas áreas e regiões do Estado do Rio. É interessante observar o papel que a ecologia, esse ramo da biologia, foi adquirindo na vida social, a ponto de se tornar quase uma ciência social. Ou seja, a ecologia nos remete à proble- mática do urbanismo como àquela das carências sociais, fazendo uma espécie de ponte com a própria política. A recuperação do Humanismo é um dos problemas centrais do nosso tempo. E, aqui, a ecologia tem um grande papel, uma vez que se entenda que o homem está no centro de suas preocupa- ções. A natureza é humanizada por ele tanto quanto ele se deixa impregnar por ela. Sendo o homem um ser social e natural, a ecologia também reage assim, revela esse estado de coisas. Precisamos estar permanentemente construindo políticas públicas. O próprio exemplo do Viva Rio é extremamente esclare- cedor a este respeito. São mais de dez mil funcionários, atuando em uma esfera pública que atinge cerca de dois milhões de cida- dãos fluminenses. O Estado, enquanto condensado da sociedade civil, tem a obrigação de apoiar iniciativas desse tipo, de combi- nar o moderno com aquilo que era considerado tradicional. Concretamente em te