Sobre um novo ator politico
Cleia Schiavo Weyrauch
H
ouve tempo em que a politica concentrava suas atividades
em torno de projetos pedagógicos de nação: vincular os
cidadãos a um território, fortalecer as moedas nacionais,
estabelecer fronteiras divisórias entre países. Eram questões em
torno das quais girava a preocupação dos atores políticos.
Chamadas politicas de corte nacional, elas precisavam afir-
mar-se diante de uma ordem aristocrática que ruía a olhos vistos,
com a ascensão da burguesia. O fim do sistema monárquico abriu
espaço para o surgimento de Repúblicas que, com seus parlamen-
tos, faziam crer que o direito de todos seriam respeitados.
O ator dessa nova república era o homem civilizado europeu
não contaminado pelas questões sociais e distante de todas as
mazelas que afetavam os pobres da cidade, “a classe perigosa,
modo geral, identificada com o operariado das fábricas”.
As novas Repúblicas do século XX precisavam de símbolos que
as legitimassem como: espaços modernos com racional design, e
um modo de vida que incorporasse as inovações de então – novos
meios de locomoção mais rápidos, uso do aparato cultural e hábi-
tos de acordo com os novos principios da civilização. Em torno do
debate dessa questão apresentaram-se os urbanistas que divergi-
ram entre si, com base em concepções político-sociais de cidade,
no fundo, acreditando na neutralização dos problemas sociais
através da racionalização do espaço.
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