A luta pelo socialismo democrático
nos EUA não é fácil, mas promete
Milton Coelho da Graça
A
americana Associated Press, uma das mais experientes e
confiáveis agências internacionais de notícias, distribuiu
surpreendente artigo de Steve Peoples, prevendo que a
próxima eleição parlamentar nos Estados Unidos terá a parti-
cipação de candidatos do Democratas Socialistas da América –
um partido de inspiração gramsciana, muito próxima do PSOL
brasileiro e do Partido Democrático italiano, mas cujas princi-
pais figuras preferiam até aqui concorrer pelo Partido Demo-
crático, como é o caso do senador Bernie Sanders e uns poucos
deputados federais e estaduais.
“Há uma semana, informou Steve em sua reportagem, o
democrata Zak Ringelstein não estava inteiramente convencido
de se considerar um membro dos Democratas Socialistas da
América, mesmo elogiando os valores e o endosso da organiza-
ção ao seu desejo de se tornar senador dos Estados Unidos pelo
Estado de Maine.
Três dias depois, Ringelstein revelou à Associated Press que
chegara a hora da decisão e ele já era o único candidato ao Senado
da nação, sendo membro efetivo dos Democratas Socialistas.
O salto de Ringelstein é a mais recente evidência nacional da
força e popularidade de uma organização, que, até recentemente,
operava nas beiradas mais à esquerda do movimento liberal.
Enquanto a presidência de Donald Trump se estica em seu
segundo ano, o socialismo democrático tornou-se uma força
significativa na política Democrática. Este crescimento vem
enquanto o Partido Democrático debate se esse movimento pode
ir longe demais à esquerda e mudar votos que até aqui eram seus.
“Fico com os democratas socialistas e decidi tornar-me asso-
ciado efetivo, disse Ringelstein à Associated Press. Já é tempo de
fazer o que é certo, mesmo que não seja fácil. 42 pessoas vão concor-
rer a cargos federais, estaduais e locais com o endosso formal dos
Democratas Socialistas, afirma a organização. Eles se espalham por
20 Estados, incluindo Flórida, Havaí, Kansas e Michigan.
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