À beira do precipício pd51 | Page 131

Linkden, App.net, Whats App, Identi.ca etc. O uso sistemático dessas infovias tem sido decisivo para a solução de problemas. Os reflexos desta opção pelo digital vem sendo sentidos em vários lugares no mundo, para dar respostas a questões intrigan- tes, como o fechamento da Wall Street, por causa das elevadas taxas de juros; a Primavera Árabe, na derrubada de ditadores; na retomada de lugares públicos ocupados por interesses privados; ou mesmo conduzindo mensagens e ampliando o universo da soli- dariedade, a exemplo do terremoto no Japão, em 2010. Por meio das redes digitais, a Islândia discutiu a reforma da sua Constitui- ção. Às vezes, carregam o ódio também. Mas a própria comuni- dade se encarrega de isolar opiniões desagregadoras e os inter- nautas que as conduzem. Em consonância com a prática social e a linguagem corrente no universo das novas tecnologias, por analogia, surgiu a inspira- ção para chamar essas manifestações de Parlamento Digital. Entre as suas características principais estariam as de manter interconexões virtuais entre cidadãos, a rápida difusão de mensa- gens digitalizadas, promovendo deslocamentos massivos de ideias e pessoas. Mediado por tecnologias e linguagens simbólicas e cifradas, este mundo do não lugar gera ações mobilizadoras, fatos sociais e novas concepções de mundo... Transitando pelo não lugar Duas perspectivas teóricas ajudam, portanto, a entender o espaço e o parlamento digital: a do “Não Lugar”, de Marc Augê (1984), em que as pessoas transitam por infovias, sem que a ela lhes atribuam obrigatoriamente alguma identidade; a outra, a “Espiral do Silêncio” (NÖELLE-NEUMANN, 1995), em que os indi- víduos indecisos tendem a adotar o discurso hegemônico na comu- nidade (ex: PT no Nordeste), evitando expor a própria opinião.