Linkden, App.net, Whats App, Identi.ca etc. O uso sistemático dessas
infovias tem sido decisivo para a solução de problemas.
Os reflexos desta opção pelo digital vem sendo sentidos em
vários lugares no mundo, para dar respostas a questões intrigan-
tes, como o fechamento da Wall Street, por causa das elevadas
taxas de juros; a Primavera Árabe, na derrubada de ditadores; na
retomada de lugares públicos ocupados por interesses privados;
ou mesmo conduzindo mensagens e ampliando o universo da soli-
dariedade, a exemplo do terremoto no Japão, em 2010. Por meio
das redes digitais, a Islândia discutiu a reforma da sua Constitui-
ção. Às vezes, carregam o ódio também. Mas a própria comuni-
dade se encarrega de isolar opiniões desagregadoras e os inter-
nautas que as conduzem.
Em consonância com a prática social e a linguagem corrente
no universo das novas tecnologias, por analogia, surgiu a inspira-
ção para chamar essas manifestações de Parlamento Digital.
Entre as suas características principais estariam as de manter
interconexões virtuais entre cidadãos, a rápida difusão de mensa-
gens digitalizadas, promovendo deslocamentos massivos de ideias
e pessoas. Mediado por tecnologias e linguagens simbólicas e
cifradas, este mundo do não lugar gera ações mobilizadoras, fatos
sociais e novas concepções de mundo...
Transitando pelo não lugar
Duas perspectivas teóricas ajudam, portanto, a entender o
espaço e o parlamento digital: a do “Não Lugar”, de Marc Augê
(1984), em que as pessoas transitam por infovias, sem que a ela
lhes atribuam obrigatoriamente alguma identidade; a outra, a
“Espiral do Silêncio” (NÖELLE-NEUMANN, 1995), em que os indi-
víduos indecisos tendem a adotar o discurso hegemônico na comu-
nidade (ex: PT no Nordeste), evitando expor a própria opinião.