expresse em canais democráticos, mas o líder redentor que se
coloca acima das instituições.
Duas faces elitistas da mesma moeda, cujo resultado é a repro-
dução da exclusão dos setores subalternos, tanto como agentes polí-
ticos autônomos como tamb ém de detentores da riqueza nacional.
Talvez nunca tenhamos vivenciado uma disputa eleitoral tão
absurda e tão estranha, sobretudo considerando-se o atentado a
Jair Bolsonaro, que o deixou fisicamente fora da campanha, até
mesmo no segundo turno, e a escolha que o “chefe” Lula fez do
candidato petista, à revelia da direção partidária, pois objetiva ter
Fernando Haddad como o seu “pau mandado” no Palácio do Planalto.
Na disputa de 7 de outubro, aguarda-se uma virada nessa
ameaça que se vislumbra no primeiro turno das eleições, e tenha-
mos, em 28 de outubro, a possibilidade de definir um caminho
mais tranquilo para a escolha do novo presidente, que projete e
realize uma gestão governamental que nos conduza a novos rumos.
Os colaboradores de nossa publicação pontuam que o novo,
isto é, o Brasil moderno, já existe na sociedade civil, na economia
e nas instituições desenhadas pela Constituição de 1988. Mas,
como é próprio das transições em nosso país, este novo está
contaminado com elementos de permanência do passado que
precisam ser superados.
Os artigos nos alertam quanto aos percalços da difícil traves-
sia. O país corre o risco de ficar vagando no deserto em adoração
a vacas sagradas: os populismos à direita e à esquerda.
Em suas instigantes análises, seus autores lembram que o
novo será construído pelo acordo de mulheres e homens de dife-
rentes setores políticos e sociais, dentro das normas de convivên-
cia democrática da vida civilizada propiciada pelo Estado de
Direito. Um trabalho paciente e diuturno que dispensa a ação de
redentores efêmeros e requer o aperfeiçoamento de instituições
sólidas e permanentes.
Nas suas várias Seções, esta edição traz ricas colaborações,
de autores os mais diversos, abordando temas curiosos e que
merecem nossos estudo e reflexão, a fim de nos conduzirem a
enfrentar a cada vez mais complexa e preocupante realidade que
o mundo está vivenciando, e, dentro dele, o Brasil.
Boa leitura!
Os Editores