À beira do precipício pd51 | Page 118

O direito e a globalização Dimas Macedo O mundo do direito, desde a eclosão do Estado Moderno, acha-se submetido à racionalidade da política, consti- tuindo atividade de produção estatal por excelência, como se o Poder Legislativo fosse uma fonte universal de emanação de normas de caráter jurídico. Esse arranjo institucional e filosófico esqueceu-se, contudo, de que os Direitos Fundamentais e a Dignidade da Pessoa Humana não podem prosperar sem a correção das desigualdades sociais e sem as garantias da jurisdição e da democracia. E os paradoxos do direito burguês, com o tempo, foram cavando fossos no plano da justiça social e reduzindo o huma- nismo ao universo das abstrações, relegando o direito natural e a igualdade a uma dimensão secundária ante o dissídio político. Os direitos naturais deixaram de ser universais e pressupos- tos, e passaram a ser confrontados com os direitos positivos do modo de produção capitalista, como se o direito necessitasse do Estado para se legitimar diante