O vampiro do filme Nosferatu (1922) tornou-se
um ícone da história do cinema, sendo uma das
aparições mais memoráveis do Conde Drácula
tornando referências estéticas para o cinema mun-
dial. Foi ali que a obscuridade, tanto visual quanto
narrativa, dos filmes de terror era experimentada e
formatada.
Ainda, o Expressionismo Alemão deixou um
legado para o gênero de terror, no que diz respeito
ao imaginário que os filmes refletiam. Se na época, a
estética sombria, as narrativas oblíquas e as temáticas
lúdicas eram uma reflexo do pessimismo e do amar-
gor vivido na Alemanha pós-primeira guerra mun-
dial, os filmes de terror, ao longo da história, também
apresentam subtextos relevantes para os cenários aos
quais foram produzidos.
G ênero : H orror
Quando o primeiro verdadeiro ciclo do horror
tomou forma nos anos 30, os realizadores buscaram
suas inspirações na literatura gótica. Por isso, este pri-
meiro ciclo de filmes é conhecido como Ciclo Gótico
e consistiu em um período de adaptações de criaturas
consagradas da literatura e de contos fantásticos.
Frankenstein (1931), A Múmia (1932), O Homem
Invisível (1933) e o Lobisomem (1934), foram os
filmes mais marcantes do período, e que foram bene-
ficiados pelo studio system existente em Hollywood
na época. Todas essas produções chegaram às telas
sob o comando da Universal Pictures e definiriam
um período de hegemonia do estúdio americano no
gênero que duraria até a década de 40.
O começo dos anos 40 não foi muito positivo
para as produções de terror, uma vez que os filmes de
monstros começavam a apresentar tramas repetitivas
e pouco envolventes, causando um esgotamento do
estilo estabelecido na década anterior. A Volta do
Homem Invisível (1940), A Mão da Múmia (1940)
e Frankenstein encontra O Lobisomen (1943) são
exemplos de longas-metragens que acabaram por
explorar ostensivamente das criaturas fantásticas,
esgotando o mercado para estas produções.
Curiosamente, por trás de alguns dos filmes dos
anos 30, mas principalmente nas produções da déca-
da de 40 e 50, havia uma clara representação de uma
sociedade amedrontada com o avanço tecnológico.
Filmes como Frankenstein e O Homem Invisível,
que trabalhavam a criação de criaturas horripilantes
por meio da ciência, representavam o pavor social
perante o desconhecido que os avanços tecnológicos
poderiam trazer.
Também durante a década de 50, com o fim da
Segunda Guerra e o inicio das tensões da Guerra
Fria, a temática representada passa a estar ligada aos
anseios da época: a eminente guerra nuclear e a inva-
são comunista. Para o primeiro, filmes como O Dia
em que a Terra Parou (1951), O Mundo em Perigo
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