NÃO É APENAS UM
EFEITO BORBOLETA
Reflexões sobre a juventude e
como videogames podem contar
histórias próximas da realidade,
Life is Strange é um sucesso por
sua sensibilidade
E
Roberto Barcelos
screver sobre jogos é um desafio, uma vez
que envolve uma série de preconceitos que
não permitem uma análise mais profunda
do que o simples entretenimento. É muito
importante o potencial que eles possuem de ocupar
horas vagas e nos divertir, mas ainda é preciso ir
além dos pensamentos simplórios de que são criados
apenas com essa função. Antes, os jogos eram line-
ares com objetivos específicos, a famosa “Jornada do
Herói” era entregue sem qualquer notoriedade ou de-
senvolvimento dramático. Contudo, alguns games já
22 | zint.online/
eram à frente do seu tempo e apresentavam persona-
gens e uma narrativa que impressionava aqueles que
passavam horas acompanhando seus acontecimentos.
Final Fantasy, Legend of Zelda, Chrono Tri-
gger e outros RPG’s (Role-playing games) ganharam
fama por inovar na forma como consumimos videoga-
mes, com tramas que crescem e nos surpreendem por
causa da sensibilidade envolvida em cada detalhe que
ultrapassa a jogabilidade, como os gráficos e a car-
nificina generalizada. Hoje temos mais exemplos de
jogos assim, e graças a eles que precisamos descons-
truir nosso olhar para enxergar a beleza presente em
suas histórias. Life is Strange é um exemplo claro de
jogo que guarda a cada minuto uma surpresa nova que
ultrapassa a ação e produz uma experiência única.
Desenvolvido pela empresa Dontnod Enter-
tainment e publicado pela Square Enix (famosa por
títulos como Final Fantasy, Dragon Quest e Secret