ZINT Jun. 2017 | Page 22

NÃO É APENAS UM EFEITO BORBOLETA Reflexões sobre a juventude e como videogames podem contar histórias próximas da realidade, Life is Strange é um sucesso por sua sensibilidade E Roberto Barcelos screver sobre jogos é um desafio, uma vez que envolve uma série de preconceitos que não permitem uma análise mais profunda do que o simples entretenimento. É muito importante o potencial que eles possuem de ocupar horas vagas e nos divertir, mas ainda é preciso ir além dos pensamentos simplórios de que são criados apenas com essa função. Antes, os jogos eram line- ares com objetivos específicos, a famosa “Jornada do Herói” era entregue sem qualquer notoriedade ou de- senvolvimento dramático. Contudo, alguns games já 22 | zint.online/ eram à frente do seu tempo e apresentavam persona- gens e uma narrativa que impressionava aqueles que passavam horas acompanhando seus acontecimentos. Final Fantasy, Legend of Zelda, Chrono Tri- gger e outros RPG’s (Role-playing games) ganharam fama por inovar na forma como consumimos videoga- mes, com tramas que crescem e nos surpreendem por causa da sensibilidade envolvida em cada detalhe que ultrapassa a jogabilidade, como os gráficos e a car- nificina generalizada. Hoje temos mais exemplos de jogos assim, e graças a eles que precisamos descons- truir nosso olhar para enxergar a beleza presente em suas histórias. Life is Strange é um exemplo claro de jogo que guarda a cada minuto uma surpresa nova que ultrapassa a ação e produz uma experiência única. Desenvolvido pela empresa Dontnod Enter- tainment e publicado pela Square Enix (famosa por títulos como Final Fantasy, Dragon Quest e Secret