Vacinas 10 Anos HPV | Page 26

24 CAPITULO 01 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS O HPV é causa de sensivelmente 4,5% de todos os cancros a nível mundial. Depois dos primeiros resultados do estudo CLEOPATRE em Portugal, tornou-se importante perceber a distri- buição dos tipos específicos de HPV em mulheres com lesões pré-invasivas e CCU. Realizou-se então o estudo CLEOPATRE II que incluiu 582 amostras de neoplasia intraepitelial de grau 2, grau 3 e CCU das cinco Admi- nistrações Regionais de Saúde (ARS) de Portugal conti- nental 22 . As principais conclusões deste estudo indica- vam que a vacina quadrivalente teria um potencial de protecção para 77% dos tipos de HPV responsáveis por CCU em Portugal e 97%, considerando os tipos contidos na vacina nonavalente 22 . Uma outra análise do Instituto Nacional de Saúde Dou- tor Ricardo Jorge (INSA), identificou os tipos de HPV na população feminina vacinada, demonstrando que o benefício máximo da vacinação resulta da administra- ção da vacina antes do início da actividade sexual. Nes- te estudo, a maioria das mulheres vacinadas contra o HPV que iniciaram a actividade sexual após a vacinação não apresenta infecção para os tipos de HPV incluídos na vacina 23 . “Os dados epidemiológicos, de base populacional, sobre a prevalência das infeções associadas ao HPV (estudos CLEOPATRE e HERCOLES) e sobre a asso- ciação/impacto dos diferentes genótipos no desen- volvimento do CCU e das lesões percursoras (estudo CLEOPATRE II), contribuíram, de forma inequívoca, para o conhecimento real deste problema de Saú- de Pública em Portugal, e permitiram compreender como a vacinação pode efetivamente alterar o cenário da infeção por HPV entre nós.” Ângela Pista Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge