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CAPITULO 01 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
O HPV é causa de sensivelmente 4,5%
de todos os cancros a nível mundial.
Depois dos primeiros resultados do estudo CLEOPATRE
em Portugal, tornou-se importante perceber a distri-
buição dos tipos específicos de HPV em mulheres com
lesões pré-invasivas e CCU. Realizou-se então o estudo
CLEOPATRE II que incluiu 582 amostras de neoplasia
intraepitelial de grau 2, grau 3 e CCU das cinco Admi-
nistrações Regionais de Saúde (ARS) de Portugal conti-
nental 22 . As principais conclusões deste estudo indica-
vam que a vacina quadrivalente teria um potencial de
protecção para 77% dos tipos de HPV responsáveis por
CCU em Portugal e 97%, considerando os tipos contidos
na vacina nonavalente 22 .
Uma outra análise do Instituto Nacional de Saúde Dou-
tor Ricardo Jorge (INSA), identificou os tipos de HPV
na população feminina vacinada, demonstrando que o
benefício máximo da vacinação resulta da administra-
ção da vacina antes do início da actividade sexual. Nes-
te estudo, a maioria das mulheres vacinadas contra o
HPV que iniciaram a actividade sexual após a vacinação
não apresenta infecção para os tipos de HPV incluídos
na vacina 23 .
“Os dados epidemiológicos, de base populacional,
sobre a prevalência das infeções associadas ao HPV
(estudos CLEOPATRE e HERCOLES) e sobre a asso-
ciação/impacto dos diferentes genótipos no desen-
volvimento do CCU e das lesões percursoras (estudo
CLEOPATRE II), contribuíram, de forma inequívoca,
para o conhecimento real deste problema de Saú-
de Pública em Portugal, e permitiram compreender
como a vacinação pode efetivamente alterar o cenário
da infeção por HPV entre nós.”
Ângela Pista
Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge