Vacinas 10 Anos HPV | Page 14

12 CAPITULO 01 RASTREIO RASTREIO O rastreio citológico desenvolvido a partir dos anos 40 por Papanicolaou, e com maior imple- mentação nas últimas décadas, contribuiu para a deteção de muitas lesões pré-invasivas. O seu tratamento, quando efectuado precocemente, reduziu progressivamente a incidência de CCU, principalmente nos países com rastreio na- cional organizado e com cobertura da maioria da população alvo. Países como a Finlândia, a Holanda ou o Reino Unido conseguiram, com o rastreio, baixar a sua taxa de incidência de CCU em 60-80%. 10 “O rastreio do CCU corretamente realizado foi desde sempre uma medida eficaz a títu- lo individual e de saúde pública. A história natural da doença permite-o e os testes de rastreio são acessíveis e bem aceites pela mulher”. Daniel Pereira da Silva Presidente da Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e de Ginecologia Em Portugal, tal como em outros países, o ras- treio é recomendado com o objectivo do identi- ficar e tratar precocemente lesões precursoras do CCU, reduzindo a mortalidade atribuída a este. O despacho nº 8254/2017 de 18 de Setembro veio criar um rastreio do cancro do colo do úte- ro (entre outros) a nível nacional. A Região Centro constitui, provavelmente, o me- lhor exemplo uma vez que tem um rastreio de base populacional a funcionar nos centros de saúde desde há mais de 25 anos. Inicialmente coordenado pelo Instituto Português de Onco- logia (IPO) do Centro, é hoje em dia da respon- sabilidade da Administração Regional de Saúde (ARS). O resto das regiões tem o rastreio de base populacional implementado desde há cerca de 10 anos, com excepção da região de Lisboa e Vale do Tejo que começou somente em 2017. O ras- treio é feito a cada três ou cinco anos a mulhe- res entre os 25-60 e os 30-64 anos, dependendo da região. 11 12