No Brasil, a utilização do ITIL V2 de forma massiva aconteceu entre 2005 e 2007, momento no qual o ITIL já era considerado um modelo importante ao redor do mundo. Nessa época, gestores passaram a visualizar o ITIL como uma ferramenta que norteava suas atividades e controle sobre a TI. Muitos encararam o desafio de implantar o ITIL e de fato mergulharam profundamente na biblioteca. Outros, talvez a grande parte, não conseguiu entender ou evoluir no modelo e de fato construir o valor agregado na entrega de serviços de TI, perceptível pelos clientes e usuários de forma natural. Foi nessa mesma época que alguns problemas que relativizaram o ITIL ao longo do tempo iniciaram.
Como não é um modelo prescritivo e não traz uma metodologia de implantação, muitos gestores não sabiam onde começar um projeto ITIL e tiveram dificuldades em desenvolver o modelo em suas próprias organizações, eventualmente não tendo ideia por onde iniciar. Outro fator complicador é que não há uma tradução oficial dos cinco livros, o que faz com que hajam interpretações diferentes sobre definições que a biblioteca traz. A Internet, neste ponto, potencializa este problema, uma vez que é um ambiente propício a geração de conhecimento, independente da fonte.
Muitas empresas tiveram iniciativas para capacitação de seus colaboradores para o estabelecimento de um status-quo sobre o modelo, facilitando a sua adoção. Grandes investimentos foram feitos em diferentes níveis da TI das empresas. O mercado passou a exigir conhecimentos sobre o modelo, muitas empresas exigindo a certificação oficial em “ITIL Fundamentos” como pré-requisito apara contratação de novos colaboradores. Dessa forma, tinha-se a ideia de que se estabelecendo uma cultura através do modelo, os benefícios deste seriam naturalmente percebidos. E foi assim que o ITIL ganhou status no mercado brasileiro.
32
ITIL
JAN | FEV | MAR 2016 | SUPPORTWORLD BRASIL