Sofrimento | Page 19

SANTOS QUE SOFRERAM: PAULO A irregularidade da estrada e o estresse de guiar ovelhas rebeldes pesavam muito sobre seu corpo e alma. Ele já havia naufragado, andou em perigos no mar, com frio, fome e necessitado. Os inimigos o perseguiram na cidade e no deserto (2 Coríntios 11:25- 27). Uma fraqueza específica, permitida pela graça para amadurecer e humilhar o apóstolo, afligiu-o no caminho de igreja em igreja (2 Coríntios 12:9). A Reação do Sofredor Apesar de tanto sofrimento, nada diminuiu o zelo de Paulo em ver os judeus, que andavam cegos e ligados à religião, vencidos por Cristo. Seu coração se condoeu para com os gentios, perdidos e sem Deus no mundo (Romanos 10:1-4; Atos 17:22). O evangelho era sua responsabilidade, dada por intervenção divina na estrada para Damasco, e ele pregou fielmente a Palavra com fervor e compaixão. Do mesmo modo, oposição e luta não poderiam impedir o apóstolo de nutrir os crentes que ele amava e pelos quais ele dedicou sua vida a incentivar. Ele planejava visitar Corinto uma terceira vez, não aceitando presentes dos irmãos, dinheiro ou outras coisas materiais. Ele só queria que suas mentes e seus corações fossem entregues a Cristo. O diálogo de 2 Coríntios 12 transborda de compaixão: "pois que não busco o que é vosso, mas, sim, a vós!" Eu me deixarei gastar pelas vossas almas! Eu quero apenas o melhor para vocês! Eu vos amo abundantemente! Essas exclamações são as palavras de um homem inflamado de amor pelo povo de Deus. Finalmente, como muitos desta série de Santos que Sofreram, Paulo curvou-se humildemente diante de Deus em debilidade e fraqueza. Numa lição para cada um de nós, ele reconheceu a graça suficiente e o poder de Deus acima de suas próprias forças. Ele percebeu e até se alegrou no fato de que a humilhação e a fraqueza permitissem o poder superior de Cristo na vida de um crente (2 Coríntios 12:9-10). O Resultado da Aflição Parece ser outra lição de vida, que aqueles que mais precisam de ajuda têm maior probabilidade de recusá-la. Para alguns, o orgulho gera ressentimento e, muitas vezes, a rejeição daqueles servos de Deus que amam e têm cuidado da nossa alma. O que o apóstolo Paulo experimentou em Corinto é familiar a muitos pastores e cristãos tementes a Deus nas igrejas locais, hoje. Com horas de oração fervorosa, tempo e recursos aplicados no evangelho e ensino paciente, benevolentes homens e mulheres de Deus em todos os lugares batalham diariamente por seus santos irmãos. Amado, quem sofre por sua alma hoje? O evangelista, o ancião e outros que sofrem com compaixão pelos demais geralmente o fazem sem esperar agradecimento ou reconhecimento pelo seu trabalho. Como é bom que essas coisas tão dificilmente passam pelas suas mentes! Em vez disso, o apóstolo Paulo falou de uma motivação mais profunda, mais claramente expressa nas Escrituras: “Por isso, não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente, não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas” (2 Coríntios 4:16-18). Ao longo desta série de artigos, procuramos ensinar a verdade de que o sofrimento faz parte de nossas vidas porque o pecado ainda faz parte de nossas personalidades. Os cristãos, cujos pecados foram perdoados, não estarão livres de seus efeitos até que todos estejamos com nosso Senhor no céu. Os santos que examinamos não se contentaram em se sentar e esperar pela sua transformação; eles sentiram o "peso eterno de glória" do apóstolo Paulo e foram elevados a maiores alturas de serviço a Deus. Talvez seus exemplos nos façam levantar do nosso próprio sofrimento e nos possibilitem honrar, assim como eles, nosso Senhor Jesus. 19