SANTOS QUE SOFRERAM: PAULO
A irregularidade da estrada e o estresse de
guiar ovelhas rebeldes pesavam muito sobre
seu corpo e alma. Ele já havia naufragado,
andou em perigos no mar, com frio, fome
e necessitado. Os inimigos o perseguiram
na cidade e no deserto (2 Coríntios 11:25-
27). Uma fraqueza específica, permitida pela
graça para amadurecer e humilhar o apóstolo,
afligiu-o no caminho de igreja em igreja (2
Coríntios 12:9).
A Reação do Sofredor
Apesar de tanto sofrimento, nada diminuiu o
zelo de Paulo em ver os judeus, que andavam
cegos e ligados à religião, vencidos por Cristo.
Seu coração se condoeu para com os gentios,
perdidos e sem Deus no mundo (Romanos
10:1-4; Atos 17:22). O evangelho era sua
responsabilidade, dada por intervenção
divina na estrada para Damasco, e ele pregou
fielmente a Palavra com fervor e compaixão.
Do mesmo modo, oposição e luta não poderiam
impedir o apóstolo de nutrir os crentes que
ele amava e pelos quais ele dedicou sua vida
a incentivar. Ele planejava visitar Corinto uma
terceira vez, não aceitando presentes dos
irmãos, dinheiro ou outras coisas materiais.
Ele só queria que suas mentes e seus corações
fossem entregues a Cristo. O diálogo de 2
Coríntios 12 transborda de compaixão: "pois
que não busco o que é vosso, mas, sim, a vós!"
Eu me deixarei gastar pelas vossas almas! Eu
quero apenas o melhor para vocês! Eu vos
amo abundantemente! Essas exclamações são
as palavras de um homem inflamado de amor
pelo povo de Deus.
Finalmente, como muitos desta série de
Santos que Sofreram, Paulo curvou-se
humildemente diante de Deus em debilidade
e fraqueza. Numa lição para cada um de nós,
ele reconheceu a graça suficiente e o poder
de Deus acima de suas próprias forças. Ele
percebeu e até se alegrou no fato de que a
humilhação e a fraqueza permitissem o poder
superior de Cristo na vida de um crente (2
Coríntios 12:9-10).
O Resultado da Aflição
Parece ser outra lição de vida, que aqueles
que mais precisam de ajuda têm maior
probabilidade de recusá-la. Para alguns, o
orgulho gera ressentimento e, muitas vezes, a
rejeição daqueles servos de Deus que amam e
têm cuidado da nossa alma. O que o apóstolo
Paulo experimentou em Corinto é familiar a
muitos pastores e cristãos tementes a Deus
nas igrejas locais, hoje. Com horas de oração
fervorosa, tempo e recursos aplicados no
evangelho e ensino paciente, benevolentes
homens e mulheres de Deus em todos os
lugares batalham diariamente por seus santos
irmãos. Amado, quem sofre por sua alma hoje?
O evangelista, o ancião e outros que sofrem
com compaixão pelos demais geralmente
o fazem sem esperar agradecimento ou
reconhecimento pelo seu trabalho. Como é
bom que essas coisas tão dificilmente passam
pelas suas mentes! Em vez disso, o apóstolo
Paulo falou de uma motivação mais profunda,
mais claramente expressa nas Escrituras:
“Por isso, não desfalecemos; mas, ainda
que o nosso homem exterior se corrompa,
o interior, contudo, se renova de dia em dia.
Porque a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós um peso eterno de glória mui
excelente, não atentando nós nas coisas que
se veem, mas nas que se não veem; porque as
que se veem são temporais, e as que se não
veem são eternas” (2 Coríntios 4:16-18).
Ao longo desta série de artigos, procuramos
ensinar a verdade de que o sofrimento faz
parte de nossas vidas porque o pecado
ainda faz parte de nossas personalidades. Os
cristãos, cujos pecados foram perdoados, não
estarão livres de seus efeitos até que todos
estejamos com nosso Senhor no céu. Os santos
que examinamos não se contentaram em se
sentar e esperar pela sua transformação; eles
sentiram o "peso eterno de glória" do apóstolo
Paulo e foram elevados a maiores alturas de
serviço a Deus. Talvez seus exemplos nos
façam levantar do nosso próprio sofrimento
e nos possibilitem honrar, assim como eles,
nosso Senhor Jesus.
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