Sofrimento | Page 12

NOEMI - Sofrimento e restauração Ryan Coleman Redenção é o que transborda no Livro de Rute. Uma jovem que procura silenciosamente a vontade de Deus em um mundo estrangeiro é envolvida pela graça de Boaz, um redentor com amor e poder para satisfazer todos os seus desejos. Mas, analisando mais profundamente essa bela história de amor, também encontramos lições práticas de perdas e restauração na difícil experiência da fiel sogra de Rute, Noemi. Essa crente sofredora venceu a amargura e a vergonha de voltar para casa para retomar uma vida, outrora perdida, de serviço agradável ao seu Deus. Relembrando a Cena As nuvens cinzentas dos juízes se estabeleceram sobre Belém de Judá. O povo de Deus havia esquecido da provisão que Ele lhes prometera em Canaã e, agora, fazia o que era certo aos seus próprios olhos (Juízes 17:6). Quando chegou a época de vacas magras, um homem chamado Elimeleque levou sua esposa, Noemi, e sua família para os campos de Moabe. A grama do vizinho é sempre mais verde. Lá em Moabe, Elimeleque morreu. Os filhos de Noemi também morreram e deixaram as três mulheres da família sem renda ou amparo. Reconhecendo seus últimos 10 anos como perdidos, Noemi determinou em seu coração retornar à terra de seu povo, em Belém. Sua nora, Rute, se comprometeu a acompanhá-la. Como era esperado, a pequena cidade foi comovida pela chegada delas (Rute 1:19). Essa comoção foi acolhedora ou maliciosa? Independentemente da resposta, a querida Noemi se curvou e compartilhou a dor do seu coração. Moabe estava vazia da presença de Deus, e ela também. Nomes têm um significado poderoso na Palavra de Deus, e a mulher que era "agradável" agora era "amargurada". Pela graça, as mulheres contritas encontraram um parente redentor em Boaz, um homem compassivo e rico. Suas vidas foram restauradas a Deus, bem como foram restauradas sua família e a paz nos portões da cidade. Para Noemi, a história termina com ela abraçando um neto no conforto de um lar acolhedor. A Realidade do Sofrimento Daqui do meu confortável ambiente de estudo, com um cafezinho na mão, é fácil condenar Elimeleque e sua família por terem deixado Belém. Barrigas cheias têm memórias curtas. Não podemos, assim, descartar o sofrimento físico que os levou à esperança de uma vida melhor em Moabe, na costa do mar Morto. Com os campos de cevada no tempo de descanso e dois filhos para alimentar, Noemi e sua família descobriram que esse novo mundo não era nada melhor do que os tempos de penúria na casa de Deus. Com simpatia e humildade, vamos nos lembrar de que "Melhor é o pouco com o temor do Senhor do que um grande tesouro onde há inquietação" (Provérbios 15:16). Não sabemos as circunstâncias das mortes de Elimeleque, Malom e Quiliom. Talvez eles tenham trabalhado durante anos para prover para suas esposas, quebrados sob a desesperança do pó da lavoura. Talvez Deus tenha permitido que a doença tomasse os três. Independentemente disso, Noemi e suas filhas sentem a realidade da perda do amor, do conforto e do apoio. Uma parte delas está faltando, e o frio seco de Moabe arrepia o 12