NOEMI - Sofrimento
e restauração
Ryan Coleman
Redenção é o que transborda no Livro
de Rute. Uma jovem que procura
silenciosamente a vontade de Deus em
um mundo estrangeiro é envolvida pela graça
de Boaz, um redentor com amor e poder
para satisfazer todos os seus desejos. Mas,
analisando mais profundamente essa bela
história de amor, também encontramos lições
práticas de perdas e restauração na difícil
experiência da fiel sogra de Rute, Noemi.
Essa crente sofredora venceu a amargura e a
vergonha de voltar para casa para retomar uma
vida, outrora perdida, de serviço agradável ao
seu Deus.
Relembrando a Cena
As nuvens cinzentas dos juízes se
estabeleceram sobre Belém de Judá. O povo
de Deus havia esquecido da provisão que Ele
lhes prometera em Canaã e, agora, fazia o que
era certo aos seus próprios olhos (Juízes 17:6).
Quando chegou a época de vacas magras,
um homem chamado Elimeleque levou sua
esposa, Noemi, e sua família para os campos
de Moabe. A grama do vizinho é sempre mais
verde.
Lá em Moabe, Elimeleque morreu. Os filhos
de Noemi também morreram e deixaram as
três mulheres da família sem renda ou amparo.
Reconhecendo seus últimos 10 anos como
perdidos, Noemi determinou em seu coração
retornar à terra de seu povo, em Belém. Sua
nora, Rute, se comprometeu a acompanhá-la.
Como era esperado, a pequena cidade foi
comovida pela chegada delas (Rute 1:19).
Essa comoção foi acolhedora ou maliciosa?
Independentemente da resposta, a querida
Noemi se curvou e compartilhou a dor do seu
coração. Moabe estava vazia da presença de
Deus, e ela também. Nomes têm um significado
poderoso na Palavra de Deus, e a mulher que
era "agradável" agora era "amargurada".
Pela graça, as mulheres contritas encontraram
um parente redentor em Boaz, um homem
compassivo e rico. Suas vidas foram
restauradas a Deus, bem como foram
restauradas sua família e a paz nos portões
da cidade. Para Noemi, a história termina com
ela abraçando um neto no conforto de um lar
acolhedor.
A Realidade do Sofrimento
Daqui do meu confortável ambiente de estudo,
com um cafezinho na mão, é fácil condenar
Elimeleque e sua família por terem deixado
Belém. Barrigas cheias têm memórias curtas.
Não podemos, assim, descartar o sofrimento
físico que os levou à esperança de uma vida
melhor em Moabe, na costa do mar Morto.
Com os campos de cevada no tempo de
descanso e dois filhos para alimentar, Noemi
e sua família descobriram que esse novo
mundo não era nada melhor do que os tempos
de penúria na casa de Deus. Com simpatia e
humildade, vamos nos lembrar de que "Melhor
é o pouco com o temor do Senhor do que
um grande tesouro onde há inquietação"
(Provérbios 15:16).
Não sabemos as circunstâncias das mortes
de Elimeleque, Malom e Quiliom. Talvez
eles tenham trabalhado durante anos para
prover para suas esposas, quebrados sob a
desesperança do pó da lavoura. Talvez Deus
tenha permitido que a doença tomasse os
três. Independentemente disso, Noemi e suas
filhas sentem a realidade da perda do amor,
do conforto e do apoio. Uma parte delas está
faltando, e o frio seco de Moabe arrepia o
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