SiUR Magazine Primeira Edição | Page 9

A Corte Internacional de Justiça aparentemente ainda parece calcada sobre os moldes europeus a partir dos quais foi fundada. O candidato à presidência de origem africana perdeu a presidência da primeira sessão, sendo colocado como vice. Nem mesmo o discurso ativista foi capaz de virar o placar de 8x2 a favor de si.

Uma das juízas votantes, justificou o posicionamento a favor da presidenciável Melissa Ruiz alegando que a Corte estava “em busca de imparcialidade e não de um discurso ideológico”.

Apesar da principal função da Corte Internacional de Justiça ser a de resolver conflitos entre Estados, pouco se tem produzido com a estrutura atual, que é majoritariamente branca e ocidental desde a fundação em 1945.

Ao deixar claro que pretende apenas tocar em questões que tangem ao Congo e a Uganda, sem nem mesmo mencionar a responsabilidade europeia nos conflitos atuais entre os dois países, a Corte demonstra a falta de certo traquejo para questões extremamente complexas que versam ao continente africano.

“O que houve em Ruanda foi triste, mas já passou. Precisamos focar no conflito armado de hoje”, disse o advogado congolês. O discurso sempre foi muito repetido nas Cortes que já versaram sobre os conflitos entre as nações africanas.

O foco apenas no presente, a individualização dos fatos ou até mesmo o recorte de datas que insistem em excluir o lamentável episódio do Genocídio em Ruanda, pode acabar por continuar reforçando que ambos os países têm há anos entrado em conflitos armados e fronteiriços por exclusivamente por razões regionais, descartando a responsabilidades dos demais países envolvidos, seja de maneira direta ou indireta.

Parcialidade e injustiças estruturais marcam o embate entre os países na Corte Internacional de Justiça

Congo e Uganda têm longo histórico de desentendimentos

Por Fernanda EStevão

responsabilidade europeia nos conflitos atuais entre os dois países, a Corte demonstra a falta de certo traquejo para questões extremamente complexas que versam ao continente africano.

“O que houve em Ruanda foi triste, mas já passou. Precisamos focar no conflito armado de hoje”, disse o advogado congolês. O discurso sempre foi muito repetido nas Cortes que já versaram sobre os conflitos entre as nações africanas.

O foco apenas no presente, a individualização dos fatos ou até mesmo o recorte de datas que insistem em excluir o lamentável episódio do Genocídio em Ruanda, pode acabar por continuar reforçando que ambos os países têm há anos entrado em conflitos armados e fronteiriços por exclusivamente por razões regionais, descartando a responsabilidades dos demais países envolvidos, seja de maneira direta ou indireta.