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• A adoção de políticas migratórias que compreendam a atração de imigrantes, agilização de procedimentos, conferência de estatutos de residência e cidadania (igualdade ou nacionalidade) e a integração;

• No âmbito da educação, a mobilidade de créditos e de grau, bem como o estatuto de estudante internacional configuram instrumentos fundamentais para a promoção de migrações temporárias tendentes a compensar o envelhecimento etário;

• A necessidade de melhorar estatísticas sobre aspetos relevantes para a definição de políticas, como seja o lançamento do inquérito ao estudante internacional a partir de 2015;

• A não discriminação no tratamento pelas organizações públicas e reconhecimento do apoio das embaixadas em situação de fragilidade dos cidadãos estrangeiros;

• A preocupação com a crescente mobilidade dos trabalhadores, em particular no contexto de concorrência internacional com políticas de recrutamento estruturadas por países europeus que induzem desequilíbrios no mercado de trabalho português;

•A necessidade de consolidar o estatuto das agências privadas de colocação;

• A necessidade de exercer práticas de controlo da imigração e de exploração de mão-de-obra ilegal como elementos potenciadores da segurança dos migrantes, considerando-os como um grupo vulnerável no que refere a abusos por entidades empregadoras;

• A relevância da promoção do conhecimento dos imigrantes no que refere aos direitos e legislação;

• As características do país em termos de segurança, saúde, clima, cultura e geografia enquanto oportunidade/ponto forte para a promoção da atratividade do país como destino das migrações.

Concluindo, a crise demográfica constitui um sério desafio no que refere à sustentabilidade do país, da sua economia e da segurança social, sendo relevante a adoção de medidas tendentes a promover a imigração de substituição, a retenção de nacionais e o crescimento económico.

A alteração dos padrões das migrações (maior tendência para uma perspetiva temporária), a necessidade de uma abordagem estrutural em termos de desenvolvimento económico regional e de cooperação, o controlo de imigração e a cidadania como elementos como elementos a atender na captação de imigrantes, o equacionar do equilíbrio entre a seletividade dos imigrantes e o controlo imigração, constituem desafios e elementos a ponderar.

Assim, a adoção de políticas, medidas, instrumentos no combate à crise demográfica implicam uma abordagem integrada e direcionada de diversas vertentes, como sejam:

• Acesso à educação, saúde, segurança e proteção social;

• Políticas de emprego e práticas salariais ativas e atrativas;

• Segurança: controlo da imigração, do trabalho, entre outros fatores;

• Promoção da atratividade do país como destino para fixação de residência.

O Gabinete de Estudos Planeamento e Formação

5 SEF em Revista / janeiro 2015

REDE NACIONAL DE MIGRAÇÕES

Atração de imigrantes e demografia: desafios e práticas DOS DADOS

A Rede Europeia das Migrações - REM, criada no seio da Comissão Europeia, incide na promoção da recolha, análise e prestação de informação objetiva,fiável e comparável no domínio da imigração e asilo, prestando um apoio determinante no processo de elaboração das políticas europeias nestes âmbitos.

A REM é composta por Pontos de Contacto Nacionais (PCN), que representam os Estados-Membros da União Europeia, e pela Comissão Europeia, a quem cabe a coordenação dos trabalhos e a salvaguarda das prioridades políticas da União na área da imigração e asilo.

Ao SEF, enquanto Ponto de Contacto Nacional da REM, e consequentemente coordenador da Rede Nacional de Migrações, cabe suscitar a reflexão sobre as temáticas relevantes no quadro da política nacional e europeia sobre a imigração e asilo.

REM