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MUSIC Magazine | May 2011
Fo to : Tuy uk a L ara
Q ual a sua relaç ão co m a
fotografia?
GB: Costumo pensar que foto -
grafo do jeito que gostaria
de ser fotografada. Penso
q u e não adianta q u ere r re gi s -
trar u m nu, s e vo cê nã o s a b e
como é ser fotografado nu.
Po r m ais l iber tár ia q ue s e j a a
pessoa, há certa dificuldade
em s e des pir para u ma e s t ra-
n h a n u m p r i m e i ro m o m e n t o.
Eu como fotógrafa, preciso
transmitir todo conforto
necessário à mulher a quem
vou fotografar. E acredito que
esse confor to par te um pouco
da m inha pró pr ia expe r i ê n c i a
em ter feito al g u ns nus a nte s
d e c o m e ç a r a fo t o g r a f a r n u s
fe m i n i n o s. D e s s a ex p e r i ê n c i a
pessoal, trago aprendizados
de como quero fotografar e
o que evitar ao retratar uma
m u l her.
O q ue você p retend e g e ra r
como frutos do seu trab-
a l h o, l e v a n d o e m c o n s i d -
eração sua escolha pela
m ulher ?
GRAZI BALIEIRO
FOTOGRAFA
Tha í s Ch ave s
Gra zi B alieiro é f ot o g ra fa e l i c e n c i a d a e m H i stóri a pel a U FR R J. Seu
tra balho t r az p ar a a mu l h e r u m a v e rs ã o d e l a mesma que ai nda não
foi de s cob er t a. A t ra v é s d e s u a s fo to g ra fi a s v emos uma natural i za-
ção d o nu f em inino .
GB: Através da minha foto-
grafia pretendo possibilitar
o e m p o d e r a m e n t o à m u l h e r,
q u e el a po s s a ter u m a ve r s ã o
dela ainda não descobe-
r ta. G o s to de fo to graf a r m ul -
heres, nu as o u não. E q ua n d o
escolho fazer um nu femi-
nino, o o bj etivo é nat ura l i z a r
o co r po nu. D o j eito que d e ve
s er, não s exu al izar e ob j e t i f i -
c ar a m u l her. B u s co co n s t r ui r
o ensaio fotográfico junto
c o m a m u l h e r q u e s e r á fo t o -
gra f a d a . Eu p re c i s o co n h e cê -
la para contar um pouco da
h i s tó r i a d e l a . Ne s s e p ro ce s s o
d e c o n s t r u ç ã o, b u s c o r e f e r -
ê n c i a s, s e n d o a s m i n h a s p r i n -
c i p a i s m u l h e r e s fo t ó g r a f a s e
te n h o i d o a l é m d a fo to gra f i a ,
b us c a n d o re fe rê n c i a s e m p i n-
t u r a s . S e m g e n e r a l i z a r, c o m
raras exceções, é gritante a
diferença de um fotógrafo
retratando o corpo nu femi-
n i n o d e um a fo tó gra f a .
Co m o f u n c i o n a e s s a b u s c a
p o r re fe rê n c i a s e a re l a ç ã o
do n u s e n do fo to gra fa do ?
G B : A p ro c ura p o r re fe rê n c i a s
é uma importante etapa no
m e u t ra b a l h o, s e m p re a s b us -
cando de acordo com cada
objetivo do ensaio. Apresento
o material à modelo e peço
p a ra q ue m e a p re s e nte re fe r-
ências, caso as tenha. É
necessário conhecer quem
v a i s e r fo to gra f a d a n a te n t a-
t i va d e f a ze r um re gi s t ro m a i s
f i e l . O u t r o p o n t o, e u n u n c a
co m e ço o e n s a i o n u p e l o n u.
Começo a fotografar a mulher
a i n d a co m ro up a , q ua n d o e l a
estiver segura para se despir é
o momento que tiro fotos dela
s e m ro u p a . Tu d o é n o te m p o
d a m o d e l o.
O q ue é m a i s m a rc a nte n o
s e u t ra b a l h o ?
GB: Sou fotógrafa iniciante.
Cada ensaio, em suas par-
ticularidades, possibilita-me
p r a t i c a r a l g o d i fe re n te. Ca d a
e n s a i o m e t ra z um n ovo a p re -
ndizado. Nesse processo, o
m a i s i m p o r t a nte a m e u ve r, é
o e m p o d e ra m e nto d a m ul h e r
e o meu também. Há uma
troca de experiências, há
empatia durante os ensaios. Já
ocorreu em um ensaio, em que
a m o d e l o e e u c h o ra m o s. Nã o
tem como não se emocionar
q u a n d o vo c ê s e n t e o m e s m o
que a mulher fotografada. Por
isso, é de extrema impor tância
se colocar no lugar de quem
s e t á r e g i s t r a n d o. A p e s s o a
está se despindo não apenas
de suas roupas e eu tenho a
f u n ç ã o d e re gi s t ra r o m e l h o r
disso, fotografar de forma sen-
s í ve l, d e l i c a d a e te nt a r t ra n s-
mitir através das fotografias o
s e nt i m e nto p re s e nte d ura nte
o e n s a i o.
O q u e s i gn i fi c a o e n s a