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30 MUSIC Magazine | May 2011 Fo to : Tuy uk a L ara Q ual a sua relaç ão co m a fotografia? GB: Costumo pensar que foto - grafo do jeito que gostaria de ser fotografada. Penso q u e não adianta q u ere r re gi s - trar u m nu, s e vo cê nã o s a b e como é ser fotografado nu. Po r m ais l iber tár ia q ue s e j a a pessoa, há certa dificuldade em s e des pir para u ma e s t ra- n h a n u m p r i m e i ro m o m e n t o. Eu como fotógrafa, preciso transmitir todo conforto necessário à mulher a quem vou fotografar. E acredito que esse confor to par te um pouco da m inha pró pr ia expe r i ê n c i a em ter feito al g u ns nus a nte s d e c o m e ç a r a fo t o g r a f a r n u s fe m i n i n o s. D e s s a ex p e r i ê n c i a pessoal, trago aprendizados de como quero fotografar e o que evitar ao retratar uma m u l her. O q ue você p retend e g e ra r como frutos do seu trab- a l h o, l e v a n d o e m c o n s i d - eração sua escolha pela m ulher ? GRAZI BALIEIRO FOTOGRAFA Tha í s Ch ave s Gra zi B alieiro é f ot o g ra fa e l i c e n c i a d a e m H i stóri a pel a U FR R J. Seu tra balho t r az p ar a a mu l h e r u m a v e rs ã o d e l a mesma que ai nda não foi de s cob er t a. A t ra v é s d e s u a s fo to g ra fi a s v emos uma natural i za- ção d o nu f em inino . GB: Através da minha foto- grafia pretendo possibilitar o e m p o d e r a m e n t o à m u l h e r, q u e el a po s s a ter u m a ve r s ã o dela ainda não descobe- r ta. G o s to de fo to graf a r m ul - heres, nu as o u não. E q ua n d o escolho fazer um nu femi- nino, o o bj etivo é nat ura l i z a r o co r po nu. D o j eito que d e ve s er, não s exu al izar e ob j e t i f i - c ar a m u l her. B u s co co n s t r ui r o ensaio fotográfico junto c o m a m u l h e r q u e s e r á fo t o - gra f a d a . Eu p re c i s o co n h e cê - la para contar um pouco da h i s tó r i a d e l a . Ne s s e p ro ce s s o d e c o n s t r u ç ã o, b u s c o r e f e r - ê n c i a s, s e n d o a s m i n h a s p r i n - c i p a i s m u l h e r e s fo t ó g r a f a s e te n h o i d o a l é m d a fo to gra f i a , b us c a n d o re fe rê n c i a s e m p i n- t u r a s . S e m g e n e r a l i z a r, c o m raras exceções, é gritante a diferença de um fotógrafo retratando o corpo nu femi- n i n o d e um a fo tó gra f a . Co m o f u n c i o n a e s s a b u s c a p o r re fe rê n c i a s e a re l a ç ã o do n u s e n do fo to gra fa do ? G B : A p ro c ura p o r re fe rê n c i a s é uma importante etapa no m e u t ra b a l h o, s e m p re a s b us - cando de acordo com cada objetivo do ensaio. Apresento o material à modelo e peço p a ra q ue m e a p re s e nte re fe r- ências, caso as tenha. É necessário conhecer quem v a i s e r fo to gra f a d a n a te n t a- t i va d e f a ze r um re gi s t ro m a i s f i e l . O u t r o p o n t o, e u n u n c a co m e ço o e n s a i o n u p e l o n u. Começo a fotografar a mulher a i n d a co m ro up a , q ua n d o e l a estiver segura para se despir é o momento que tiro fotos dela s e m ro u p a . Tu d o é n o te m p o d a m o d e l o. O q ue é m a i s m a rc a nte n o s e u t ra b a l h o ? GB: Sou fotógrafa iniciante. Cada ensaio, em suas par- ticularidades, possibilita-me p r a t i c a r a l g o d i fe re n te. Ca d a e n s a i o m e t ra z um n ovo a p re - ndizado. Nesse processo, o m a i s i m p o r t a nte a m e u ve r, é o e m p o d e ra m e nto d a m ul h e r e o meu também. Há uma troca de experiências, há empatia durante os ensaios. Já ocorreu em um ensaio, em que a m o d e l o e e u c h o ra m o s. Nã o tem como não se emocionar q u a n d o vo c ê s e n t e o m e s m o que a mulher fotografada. Por isso, é de extrema impor tância se colocar no lugar de quem s e t á r e g i s t r a n d o. A p e s s o a está se despindo não apenas de suas roupas e eu tenho a f u n ç ã o d e re gi s t ra r o m e l h o r disso, fotografar de forma sen- s í ve l, d e l i c a d a e te nt a r t ra n s- mitir através das fotografias o s e nt i m e nto p re s e nte d ura nte o e n s a i o. O q u e s i gn i fi c a o e n s a