Saúde Coronária - Dia do Doente Coronário | Page 4

Colesterol O principal fator de risco de ataque cardíaco O colesterol é uma gordura essencial existente no organismo que tem essencialmente duas origens. Uma parte é produzida pelo próprio organismo, em particular no fígado, e outra parte é obtida através da alimentação, sobretudo pela ingestão de produtos animais, ricos em gordura e colesterol, como a carne, os ovos e os produtos lácteos Manuel Carrageta Cardiologista Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia O «A Organização Mundial de Saúde estima que mais de 50% dos enfartes do miocárdio e cerca de 20% dos AVC estão associados ao colesterol elevado» colesterol é uma gordura essencial existente no organismo que tem essencialmente duas origens. Uma parte é produzida pelo próprio organismo, em particular no fígado, e outra parte é obtida através da alimentação, sobretudo pela ingestão de produtos animais, ricos em gordura e colesterol, como a carne, os ovos e os produtos lácteos. O organismo necessita de colesterol para produzir as membranas (paredes) celulares, hormonas, vitamina D e, até, os ácidos biliares que ajudam a digerir os alimentos. No entanto, o organismo só necessita de uma pequena quantidade de colesterol para satisfazer as suas necessidades. Quando o colesterol está em excesso deposita-se nas paredes arteriais, constituindo placas de aterosclerose (acumulações de colesterol) que reduzem o calibre dos vasos, dificultando o afluxo de sangue aos órgãos e tecidos do organismo. Estas placas podem formar-se em todas as artérias. Se ocorrem nas artérias carótidas do pescoço estamos perante a doença carotídea que pode provocar acidentes vasculares cerebrais. Quando se formam nas artérias coronárias – que fornecem o sangue ao coração – temos a doença das coronárias. Se o sangue oxigenado não chegar em quantidade suficiente ao músculo cardíaco pode ocorrer uma dor no peito – a chamada angina. Se a obstrução da artéria coronária for completa pode desencadear­ ‑se um enfarte do miocárdio. A Organização Mundial de Saúde estima que mais de 50% dos enfartes do 4 miocárdio e cerca de 20% dos AVC estão associados ao colesterol elevado. No estudo de Framingham, o importante estudo epidemiológico que serviu de base para estabelecer o conceito dos fatores de risco, nunca foi diagnosticado enfarte do miocárdio em indivíduos com colesterol inferior a 150 mg/dl, nos mais de quarenta anos que esta investigação tem já de existência. Há ainda evidência científica que demonstra que o colesterol elevado é um fator de risco significativo para várias doenças, incluindo a doença vascular periférica dos membros inferiores e a doença de Alzheimer. Que tipos de colesterol existem? O colesterol é uma substância lipídica que circula no sangue ligado a uma proteína. Este conjunto colesterol – proteína é, por isso, conhecido por lipoproteína. As lipoproteínas são classificadas, de acordo com a sua densidade, em altas, baixas ou muito baixas, em função da respetiva proporção de proteína e gordura em cada uma, o que determina a respetiva densidade. • Lipoproteínas de baixa densidade (LDL): são vulgarmente conhecidas como “mau” colesterol, por ser aquele que se deposita na parede das a