Samba Acadêmico Brasil Edição 09 ANO I Dezembro 2016 | Page 36

O Processo nº69504/2013, interessado Tadeu Augusto Matheus, com data de protocolo de 13/06/2013 tem como assunto atual o Registro do Samba de Bumbo ou Samba Rural Paulista como Patrimônio Imaterial, na Categoria Universal. Temos que registrar o trabalho das pessoas do Coletivo “Culturas Populares” para o desenvolvimento deste projeto, e, ainda a inclusão do trabalho de Marcelo Manzatti “Samba Paulista, do centro cafeeiro à periferia do centro: estudo sobre o Samba de Bumbo ou Samba Rural Paulista.”

Aqui vamos repercutir somente alguns trechos deste trabalho, mas é relevante uma leitura completa deste material, pois, nos remete a acontecimentos e pessoas que fizeram parte deste contesto do Samba em São Paulo, como por exemplo, citamos este trecho em sua página (13)

“...Denominado Bambas do Samba – Sambas de Bumbo, o projeto reunia inúmeras atividades focadas no tema, como a realização de uma exposição fotográfica com os registros antológicos de Mário de Andrade e Claude Lévi-Strauss da festa de Pirapora de 1937; oficinas, onde, além de ensinar o Samba de Bumbo, foram construídos instrumentos novos que foram doados aos grupos tradicionais; apresentações de todos os grupos do gênero em atividade, além de sambistas da velha guarda do Samba Paulista como Seo Carlão do Peruche, Airton Santamaría do Camisa Verde e Branco, Hélio Bagunça e Toniquinho Batuqueiro e Osvaldinho da Cuíca, todos eles fundadores de inúmeras agremiações carnavalescas da cidade e que, também, frequentavam o Samba de Pirapora.”

Continuando com outro trecho do trabalho de Manzatti e que é parte do Processo a ser outorgado pelo IPHAN a cerca do Samba de Bumbo ou Samba Rural Paulista, agora na Conclusão:

“A Despeito dos prejuízos ou benefícios obtidos com a projeção do samba para além dos horizontes culturais das comunidades de origem, o processo metonímico que toma a parte do Rio pelo todo o Brasil, tornou míope a visão sobre a amplitude nacional do fenômeno Samba. O entendimento de sua gênese e de sua filiação aos Batuques, de ocorrência histórica antiga e de larga projeção geográfica, pode promover uma correção desse reducionismo analítico, ampliando as possibilidades de compreensão do seu papel exato dentro do universo dos nossos folguedos populares, sem prejuízo simbólico para a centralidade histórica do gênero no Rio de Janeiro.”(pag 93)

“Até a década de 1930, da mesma forma, realizava-se o Samba em todos os redutos negros da capital paulista como o Bexiga, Barra Funda, região do Lavapés/Liberdade, Brás, Mooca e Penha, além de bairros do Jabaquara e da Saúde. Algumas das personalidades ligadas ao nascimento os Cordões Carnavalescos em São Paulo frequentavam os barracões de Pirapora, e promoviam sambas do gênero em suas casas e vizinhanças, como Dionizio Barbosa, fundador do cordão e, posteriormente, Escola de Samba Camisa Verde e Branco; Geraldo Filme, liderança dos cordões Campos Elíseos e Paulistano da Glória; além de madrinha Eunice, fundadora da primeira Escola de Samba de São Paulo, a Lavapés(1937), e, Dª Sinhá, do Cordão e, posteriormente, Escola de Samba Vai Vai. Esses blocos carnavalescos, que também se apresentavam na Festa de Pirapora, desfilavam sobre a cadência da Zabumba, com as mesmas marchas sambadas características do Samba de Bumbo. Os mesmos personagens também conheceram a legendária Tiririca, forma primitiva de Capoeira ou Pernada, praticada ao som do samba, sendo os golpes desferidos em meio aos passos da dança.”(pag94)

As entidades e associações que tratam do assunto samba e dos sambistas, e seus próprios interlocutores devem estar preocupados com a manutenção de nossas culturas populares, de nossas tradições e evoluções, sob a pena de jogarmos fora todo o trabalho desenvolvido pelos nossos ancestrais e toda a cultura que está inserida nesta cultura. A preservação de nosso Patrimônio Cultural cabe a nós, somente a nós, para usufruirmos e mantermos acesa a chama da nossa Cultura Popular e nossa Identidade Cultural.

O Processo nº69504/2013, interessado Tadeu Augusto Matheus, com data de protocolo de 13/06/2013 tem como assunto atual o Registro do Samba de Bumbo ou Samba Rural Paulista como Patrimônio Imaterial, na Categoria Universal. Temos que registrar o trabalho das pessoas do Coletivo “Culturas Populares” para o desenvolvimento deste projeto, e, ainda a inclusão do trabalho de Marcelo Manzatti “Samba Paulista, do centro cafeeiro à periferia do centro: estudo sobre o Samba de Bumbo ou Samba Rural Paulista.”

Aqui vamos repercutir somente alguns trechos deste trabalho, mas é relevante uma leitura completa deste material, pois, nos remete a acontecimentos e pessoas que fizeram parte deste contesto do Samba em São Paulo, como por exemplo, citamos este trecho em sua página (13)

“...Denominado Bambas do Samba – Sambas de Bumbo, o projeto reunia inúmeras atividades focadas no tema, como a realização de uma exposição fotográfica com os registros antológicos de Mário de Andrade e Claude Lévi-Strauss da festa de Pirapora de 1937; oficinas, onde, além de ensinar o Samba de Bumbo, foram construídos instrumentos novos que foram doados aos grupos tradicionais; apresentações de todos os grupos do gênero em atividade, além de sambistas da velha guarda do Samba Paulista como Seo Carlão do Peruche, Airton Santamaría do Camisa Verde e Branco, Hélio Bagunça e Toniquinho Batuqueiro e Osvaldinho da Cuíca, todos eles fundadores de inúmeras agremiações carnavalescas da cidade e que, também, frequentavam o Samba de Pirapora.”

Continuando com outro trecho do trabalho de Manzatti e que é parte do Processo a ser outorgado pelo IPHAN a cerca do Samba de Bumbo ou Samba Rural Paulista, agora na Conclusão:

“A Despeito dos prejuízos ou benefícios obtidos com a projeção do samba para além dos horizontes culturais das comunidades de origem, o processo metonímico que toma a parte do Rio pelo todo o Brasil, tornou míope a visão sobre a amplitude nacional do fenômeno Samba. O entendimento de sua gênese e de sua filiação aos Batuques, de ocorrência histórica antiga e de larga projeção geográfica, pode promover uma correção desse reducionismo analítico, ampliando as possibilidades de compreensão do seu papel exato dentro do universo dos nossos folguedos populares, sem prejuízo simbólico para a centralidade histórica do gênero no Rio de Janeiro.”(pag 93)

“Até a década de 1930, da mesma forma, realizava-se o Samba em todos os redutos negros da capital paulista como o Bexiga, Barra Funda, região do Lavapés/Liberdade, Brás, Mooca e Penha, além de bairros do Jabaquara e da Saúde. Algumas das personalidades ligadas ao nascimento os Cordões Carnavalescos em São Paulo frequentavam os barracões de Pirapora, e promoviam sambas do gênero em suas casas e vizinhanças, como Dionizio Barbosa, fundador do cordão e, posteriormente, Escola de Samba Camisa Verde e Branco; Geraldo Filme, liderança dos cordões Campos Elíseos e Paulistano da Glória; além de madrinha Eunice, fundadora da primeira Escola de Samba de São Paulo, a Lavapés(1937), e, Dª Sinhá, do Cordão e, posteriormente, Escola de Samba Vai Vai. Esses blocos carnavalescos, que também se apresentavam na Festa de Pirapora, desfilavam sobre a cadência da Zabumba, com as mesmas marchas sambadas características do Samba de Bumbo. Os mesmos personagens também conheceram a legendária Tiririca, forma primitiva de Capoeira ou Pernada, praticada ao som do samba, sendo os golpes desferidos em meio aos passos da dança.”(pag94)

As entidades e associações que tratam do assunto samba e dos sambistas, e seus próprios interlocutores devem estar preocupados com a manutenção de nossas culturas populares, de nossas tradições e evoluções, sob a pena de jogarmos fora todo o trabalho desenvolvido pelos nossos ancestrais e toda a cultura que está inserida nesta cultura. A preservação de nosso Patrimônio Cultural cabe a nós, somente a nós, para usufruirmos e mantermos acesa a chama da nossa Cultura Popular e nossa Identidade Cultural.

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Samba de Bumbo ou Samba Rural

Patrimônio Imaterial IPHAN

36 Revista Samba Acadêmico Desxzembro 2016