Samba Acadêmico Brasil Edição 09 ANO I Dezembro 2016 | Page 28

samba de pirapora

1725 Batuques e manifestações rurais

O Samba é um processo de centenas de anos que se desenvolveu em território brasileiro de forma ampla e irrestrita. Os batuqueiros nascidos livres, mas feitos escravos, chegam à nova terra, se misturando a cultura local em construção. E esta construção desenvolve-se em meio a uma miscigenação das culturas dos povos que pioneiramente colonizaram o Brasil - Africanos, Europeus, Asiáticos, e os povos que aqui já se encontravam, misturando a religiosidade através do sincretismo, os costumes, e apesar de ser livre internamente sofreu e sofre na escravidão do preconceito social e se transforma numa Cultura Popular.

ramificado em todas as regiões por onde estiveram os povos africanos e seus descendentes, imigrantes europeus, asiáticos, etc. Este entrelaçamento acontece de norte a sul, de leste a oeste, e por este motivo o desenvolvimento do samba influencia e é influenciado pelas culturas locais. Mas o que parece ser unânime e deve haver um consenso neste sentido, é o fato de sempre estar presente a religiosidade e o misticismo, através do sincretismo, as Mães de Santo e seus terreiros e as festas profanas religiosas, estas últimas principalmente no interior do estado de São Paulo.

No ano de 1725 uma imagem,

Samba de Pirapora, Samba de Bumbo

Foi em virtude das romarias a região de Pirapora, para a consagração do Senhor Bom Jesus, realizadas pelas elites sociais que os batuqueiros escravos participavam dos cortejos, e enquanto os senhorios reverenciavam os santos católicos a escravaria festejava ao som dos batuques, sempre em espaços diferenciados das festas religiosas. Inicia-se assim a história do Samba em São Paulo, mais tarde também conhecido como Samba de Pirapora, Samba de Bumbo, Umbigada, Jongo, Samba lenço, o Tambu, Samba Campineiro, Samba Rural Paulista como Mário de Andrade preferiu chamar, entre outras denominações.

Samba não nasceu Samba.

Processo sambístico é de cunho nacional,

de madeira entalhada do Senhor Bom Jesus foi encontrada numa corredeira, apoiada numa pedra no rio Tietê, por José Almeida Naves dando origem ao 2º Centro Cristocêntrico do Estado de São Paulo na cidade de Pirapora do Bom Jesus.

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