A materialização desta integração acontece quando novos contra-
tos acontecem. Contratos de compra e venda de mercadorias e
serviços nos mercados spot, contratos de compra e venda de M&S
com garantia firme de suprimento em suply chains e contratos de
capital em joint ventures, fusões, aquisições e participações mino-
ritárias. A presença e o investimento de empresas brasileiras em
outros mercados é fundamental para que as oportunidades
surjam e se concretizem em novos contratos.
Fundos de investimento desempenham um papel fundamental
nos negócios internacionais e seus gestores são hoje os principais
atores do mercado internacional. Os executivos das empresas que
são global players, CEOs, CFOs, conselheiros, consultores e
gerentes trabalham em regimes rigorosos de metas de desempe-
nho sempre com remuneração variável em função do resultado e
possuem uma rotatividade muito maior do que nas empresas
produtivas do passado. Os fundos participam temporariamente
de inúmeras operações (empresas), buscando sempre melhorar
sua performance em termos de retorno dos investidores.
Os governos também mudaram sua maneira de intervir e
incentivar o que interessa aos seus países. Fóruns multilaterais,
diplomacia comercial e acordos bilaterais são decisivos e ocupam
os agentes governamentais que precisam ser preparados para
estas tarefas. A relação de parceria e cumplicidade entre o inte-
resse do país e o mundo dos negócios não pode se degenerar em
tenebrosas transações mafiosas, nem ser transformada em rela-
ções de compadrio, nem a política industrial deve institucionali-
zar o capitalismo de laços. Bancos de investimento e de comércio
exterior estatais também desempenham um papel relevante no
processo de integração e na concretização de novos negócios.
O livro Porque as nações fracassam, de Daron Acemoglu e
James Robinson, já é um novo clássico. Sua receita para o sucesso
é a adoção de instituições econômicas e políticas includentes, que
são capazes de reconhecer, incentivar e premiar comportamentos
inovadores que agregam valor e também coibir praticas predató-
rias “extrativistas” que capturam renda da sociedade por meca-
nismos espúrios. Uma política industrial que articule agentes
públicos e privados para objetivos comuns de integração competi-
tiva e desenvolvimento sem promiscuidade precisa funcionar e ser
reconhecida como sendo uma instituição includente, capaz de
angariar o respeito e a confiança da sociedade e dos mercados.
Para pensar uma política industrial contemporânea
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