(justiça seja feita: não apenas dele), como a eternização das dire-
ções e o controle férreo da sucessão dos quadros dirigentes, não
terá nenhuma valia.
Se esta abertura do PPS aos chamados “movimentos cívicos”
avançar, para além do eleitoral, será uma perda de oportunidade
histórica não superar a fase pós-comunista do partido e, com ela,
decretar o fim das suas estruturas e costumes inerciais e o nasci-
mento de um novo sujeito histórico, não mais pós-comunista e
muito menos comunista. A nosso ver, não se deve perder aqui a
orientação que está identificada na marca da esquerda democrá-
tica”, embora do ponto de vista programático poderá haver uma
maior abertura a elementos do que se pode chamar de "esquerda
liberal" ou mesmo um "centro-esquerda liberal-democrático",
como vem ocorrendo na França, na Inglaterra e no Chile.
O presente está aberto e o que fizermos agora dirá quais serão os
nossos caminhos para o futuro.
Os termos deverão ser claros: um novo partido, uma força
cosmopolita e reformista que possa, além de governar o país, ser
capaz de propor uma visão geral e uma ideia do futuro diante de
um mundo que muda de maneira vertiginosa e profunda. Que
seja capaz de responder às necessidades e também aos desejos de
todos aqueles que querem trilhar este caminho, carregando
consigo suas legítimas preocupações, anseios e ambições.
Devemos partir claramente de uma verdade insofismável: o
cenário global é complexo, assim como a revolução tecnológica em
curso constitui-se numa grande oportunidade. Contudo, a socie-
dade em seu conjunto e o Estado brasileiro, em especial, devem
estar equipados para enfrentar os problemas que também deri-
vam desta grande transformação. Este novo partido democrático
deve propor medidas de fortalecimento da nossa economia para
que o país volte a crescer, com qualidade e sustentabilidade, e a
ser visto como um player importante no mundo, libertando suas
energias e seu enorme potencial. O Brasil tem todas as creden-
ciais para proporcionar aos seus cidadãos os meios para uma
vida digna e as oportunidades para a realização de suas ambi-
ções, como indivíduos e como uma comunidade que busca reafir-
mar suas identidades no momento em que irá completar 200 anos
de existência como país independente.
É, certamente, uma batalha dramática e exigente frente a todos
os desafios que temos pela frente, cujo inimigo maior são as promes-
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Alberto Aggio