Vamos falar do hoje e do amanhã
Roberto Freire
A
sociedade brasileira se depara com momentos intensos,
dramáticos e conturbados. Após a prisão do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, condenado na Lava-Jato, não
está em jogo somente o destino de um político ou de um partido.
É o que quer fazer crer parte da militância lulopetista com sua
narrativa de que há uma motivação política para excluir Lula do
processo eleitoral.
Assim, o lulopetismo tenta salvar a todo custo e de todas as
formas – com as poucas armas que lhe restam, como a espetacu-
larização midiática –, uma esquerda descompromissada com a
democracia e sem real interesse em promover reformas no Brasil.
O que vem sendo chamado de política identitária é a identificação
pessoal com um candidato, como um valor mais importante do
que suas propostas, programas e coerência.
Isto resume o autoritarismo político e a obsessão do lulope-
tismo em vulnerabilizar, com um discurso coletivo, os indivíduos
que, confusos, buscam um salvador para lhes devolver a confiança
perdida. O lulopetismo se apropriou das premissas da defesa do
progresso da humanidade, dos direitos humanos e da libertação
dos grilhões da pobreza, para reduzir a luta por um mundo mais
justo à defesa de um indivíduo apenas.
A transferência simbólica da sede do PT para Curitiba concre-
tiza, enfim e literalmente, a morte anunciada: o PT está agora
encarcerado em Curitiba com o seu maior líder. Sem opções, o
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