Riscos que nos ameaçam PD50 | Page 128

e políticos. Já o RenovaBR tem uma política de formação de quadros bastante desenvolvida. Não há nada de negativo nisso, mas essas são características típicas dos partidos políticos que eles tanto criticam, não dos movimentos sociais. Alguém pode imaginar o Occupy Wall Street desenvolvendo política de forma- ção de quadros? Além disso, estes movimentos cívicos são muito voluntaristas, pois desdenham de toda a tradição política brasileira, achando que seu protagonismo político é suficiente para mudar o país. A história brasileira tem demonstrado o fracasso dessas tentati- vas moralistas de buscar algo novo e puro fora de qualquer tradi- ção política, como a experiência do lulopetismo comprovou. Mas contraditoriamente, os mesmos movimentos cívicos que abomi- nam o sistema político e declaram o sistema representativo brasi- leiro falido, procuram partidos políticos como o PPS para lança- rem seus candidatos às casas legislativas! Existe também nos movimentos cívicos um certo fascínio com as novidades tecnológicas e o uso político das redes sociais. Acreditam, algo ingenuamente, que estas podem por si só apro- fundar a participação popular e elevar a consciência cidadã através da expansão da informação. É óbvio que as redes sociais encerram possibilidades novas de divulgação de informação, conhecimento e mobilização política, mas, neste sentido, são um instrumento da política, não uma substituição desta. Além do mais, é comum nas redes sociais o debate ser substituído por ataques e disseminação de fake news. Pior ainda, as recentes revelações da divulgação de dados pessoais dos usuários do Facebook para empresas de consulta como a Cambridge Analy- tica revelam as possibilidades de manipulação e controle que as redes sociais podem exercer sobre a vasta gama de seus usuá- rios ao redor do planeta. Todas estas ideias sobre os elementos de novidade na política atual, tanto mundial como brasileira, precisam ser colocadas em uma perspec