Riscos que nos ameaçam PD50 | Page 11

Editorial E ntramos em um novo ano e, no seu segundo quadrimestre, já se evidenciam, ampliando-se, os aspectos determinan- tes das preocupações dos brasileiros no enfrentamento dos problemas-chaves que envolvem o país, evidenciados ainda mais com a chamada “greve dos caminhoneiros”. Vivemos um processo de desigualdade e desagregação social inéditas, caracterizado não apenas pela persistência da pobreza e da concentração de renda, tanto social quanto regional, mas também por uma violência urbana generalizada, que não acon- tece apenas no Rio de Janeiro, mas em praticamente todas as capitais e principais cidades brasileiras (mata-se mais gente entre nós do que em países envolvidos em guerra), sem falar no descré- dito da política, na instabilidade jurídica, no meio ambiente degradado e muita coisa mais. Esta dramática situação é por nós vivenciada e precisamos agir para alterá-la dentro das condições existentes e das perspec- tivas não muito alvissareiras, porém tudo seguindo o caminho da democracia e sem querer desviá-lo. Sofremos a triste realidade de um tempo em que ocorre uma profunda revolução tecnológica no mundo, o Brasil tende a ingres- sar no seu terceiro centenário, com educação precária e desigual, com baixa capacidade para criação do conhecimento, da ciência e da tecnologia, baixa produtividade, falta de competitividade e inovação. Um país sem unidade no presente e sem sintonia com o futuro da humanidade. Se esta situação perdurar por mais algumas décadas, além das dramáticas consequências da desagregação social, o país ficará para trás no cenário das transformações que ocorrem no mundo. Não se trata apenas de estarmos subordinados a uma econo- mia pobre em avanços científicos e tecnológicos e tendo como força principal a produção do agronegócio que é exportada sob a forma paracolonial de commodities. Nem muito menos de uma