O Brasil em estado de coma
Dioclécio Campos Júnior
O
organismo social do Brasil, um país gigante, encontra-
-se depauperado, quase em coma. Precisa ser reanimado
com urgência. Seu coração enfraquecido, débil, já não
pulsa bem. Sua mente, deveras embotada, perde a capacidade de
pensar. A nação já não respira com a profundidade necessária,
não se oxigena. Os órgãos e sistemas públicos têm sido invadidos,
infectados e corrompidos por micróbios populistas, virulentos e
destruidores, que desagregam o seu funcionamento. Vai sendo
assim instalada a falência múltipla dos órgãos nacionais, cuja
gravidade coloca o país em péssimo prognóstico de sobrevivência.
Células e tecidos de cada estrutura governamental estão conta-
minados por bactérias políticas cada vez mais resistentes a medi-
das transformadoras que possam erradicar o seu grave poder
infectante. A função renal torna-se desgovernada, deixando de
filtrar e eliminar as substâncias tóxicas das ideologias radicais que
prejudicam a evolução cerebral do seu povo, impedindo-o de reagir
fisiologicamente em favor da reanimação do organismo nacional.
A perniciosa infecção ideológica, que corrompe vísceras e
entranhas da sociedade, dissemina-se, a olhos vistos, configu-
rando-se a septicemia subversiva que já se revela quase irreversí-
vel. O corpo da nação está visivelmente desnutrido, caquético,
empobrecido pelo modelo de Estado que lhe foi imposto. A anemia
do atraso educacional empalidece as perspectivas de uma recupe-
ração à altura do seu potencial de desenvolvimento, que tem sido
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