represados só nas hidrelétricas que pagam royalties e mais de
9.000 ha se acrescermos as mais conhecidas represas e açudes de
múltiplos usos; com 1 milhão de hectares de terras propícias para
a carcinicultura (criação de crustáceos) e uma área não mensu-
rada propícia à piscicultura, praticamente não há limites para a
produção de pescado no Brasil. Mas isto é só potencial, e poten-
cial nada vale se não há disposição de enfrentar os obstáculos,
para seu aproveitamento.
Para acompanhar a evolução das capturas e da aquicultura
mundiais, o Governo brasileiro criou, em 1967, a Superintendên-
cia do Desenvolvimento da Pesca (Sudepe), no rastro das autar-
quias de desenvolvimento, como Sudam, Sudene, Sudeco, Sude-
sul e outras. Era o reflexo do desenvolvimento mundial da
atividade pesqueira, embasada na visão de qualidade e quanti-
dade potencial de produção. O destino da Sudepe não foi muito
diferente do das suas irmãs, ainda que tenha deixado, como
legado, as concepções de exploração sustentável, baseadas no
ordenamento e licenciamento outrora inexistente e na organiza-
ção do Registro Geral da Pesca, que passou a conhecer com profis-
sionalismo o contingente humano empregado na exploração
pesqueira, assim como as capacidades sustentáveis para a explo-
ração dos estoques e recursos naturais disponíveis. A apropriação
dos estoques nacionais de pescado e o reconhecimento interna-
cional de suas espécies foi outro feito desse período, a lembrar a
“guerra da lagosta”, (não) travada com a França, que limpou o
litoral cearense dos barcos daquele país e que gerou a famosa
frase do general De Gaulle sobre a nossa seriedade; permitiu a
apropriação nacional dos estoques de camarão rosa da região
Norte até então exploradas por 600 barcos do Japão e França e a
disputa com Portugal pelo reconhecimento da Sardinella brasi-
liensis com “sardinha”.
Com financiamentos oficiais e o programa nacional de incenti-
vos fiscais, o Brasil deu um salto qualitativo na produção e capaci-
tou-se tecnologicamente para o mercado internacional. Na década
seguinte (anos 1970), aqui chegaram,