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uito se especula sobre a
vitamina B12 na vida de
quem não consome carne.
E é possível encontrar pessoas que a
consideram o ponto fraco do vegano.
Mas não é bem assim. Afinal, nosso
“tendão de Aquiles” não estaria tão na
cara, não é mesmo?
Contudo, a alimentação requer
atenção e cuidado independentemente
das nossas escolhas éticas. Um dos
exemplos é a questão da vitamina
B12. Por mais que não gostemos
de admitir, Eric Slywitch, em seu
livro “Alimentação sem Carne” (Ed.
Alaúde) afirma categoricamente que
“a verdade é que, na dieta vegetariana
estrita, não é possível conseguir B12
por outra via que não seja o uso
de suplementos ou de alimentos
fortificados”. Mas esse não é o fim.
ILUSTRAÇÕES: freepik.com
Por mais que saibamos que
comida caseira é sempre
mais saudável, muitos
industrializados são
enriquecidos com a vitamina
B12, como cremes de
amendoim, cereais matinais
e achocolatados em pó.
“A vitamina B12, ou cobalamina, é
essencial para manter o metabolismo do
sistema nervoso e as células vermelhas
do sangue saudáveis, para que elas
sejam capazes de transportar oxigênio
por toda a corrente sanguínea”, conta
Liliane Oppermann, nutróloga clínica
e membro da Associação Brasileira de
Nutrologia (ABRAN). O que acontece é
que essa substância só está presente
em boas quantidades nos alimentos de
origem animal.
veganiza
A nutróloga Marcella Garcez, diretora
da ABRAN, explica que a B12 é essencial
para metabolismo normal de todas as
células, medula óssea e tecido nervoso.
“Além disso tudo, as cobalaminas são
fundamentais para a formação de
mielina, que é a camada que reveste todo
o sistema nervoso”, explica Marcella.
Cérebro turbinado
Uma das principais ações da B12
acontece no cérebro. “Ela desempenha
um papel central em processos
metabólicos, como a construção de DNA,
proteção e regeneração dos nervos,
composição do sangue, renovação
celular e síntese de neurotransmissores,
espécie de mensageiros químicos”,
esclarece Susanie Rigato, neurologista,
coordenadora do departamento científico
de Neuropatia Periféricas da Associação
Brasileira de Neurologia (ABN).
Dessa forma, quando há deficiência
vitamínica, essas funções não são
mantidas, o que causa sequelas. Na maior
parte, quando é identificada, inicia-se a
suplementação, oral ou intramuscular até
normalizarem os níveis de vitamina. Mas
é bom se manter atento.
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