Revista Sesvesp Ed. 136 | Page 25

NOTÍCIAS ABREVIS

SEGURANÇA , VIGILANTE E VIGIA . AFINAL QUAL A DEFINIÇÃO PARA ESSAS ATIVIDADES ?

EM MEIO À POLÊMICA , IDEAL SERIA A UNIFICAÇÃO DAS PROFISSÕES EM APENAS UMA CATEGORIA . HOJE , AS FUNÇÕES , EMBORA ANÁLOGAS NA SUA ESSÊNCIA , SE MOSTRAM DÍSPARES NA CLASSIFICAÇÃO LEGAL E PROFISSIONAL
José Jacobson Neto , presidente da ABREVIS

O

assunto é recorrente .
O ideal seria que essas atividades se unificassem e tivéssemos apenas uma categoria .
Hoje as funções , embora análogas na sua essência , se mostram díspares na classificação legal e profissional . Há diferenças , claro ! Mas os grandes contratantes estão migrando para outras categorias de trabalhadores que , supostamente , executam as mesmas funções hoje exercidas pelos vigilantes para terem seus custos diminuídos .
Os profissionais de segurança pertencem a uma categoria especial e se submetem a rigorosos cursos e treinamentos para desempenharem sua missão de proteção à vida e ao patrimônio .
Já os profissionais que exercem atividade paralela , e que são , geralmente , procurados para exercer funções semelhantes , em razão de seu custo ser menor , não tem , necessariamente , nenhuma especialização obrigatória ou controle por parte das autoridades .
Hoje em todos os shoppings centers vemos nos corredores a figura de profissionais uniformizados executando serviços
de segurança . Esquecem-se os responsáveis por essas contratações que o grande número de lojas onde transita numerário e onde se encontram lojas com estoques de grande valor , exigiriam um profissional realmente em condições de proporcionar segurança aos frequentadores . As lojas que comercializam mercadorias de alto valor são um grande atrativo para os criminosos . Os estacionamentos desses estabelecimentos constantemente são alvo de furtos e até mesmo de roubos , como já ocorreu com clientes que foram atacados e sequestrados , sem que o corpo de controladores agisse ou atuasse preventivamente .
Por outro lado , a indústria também tem se valido dessa falsa redução de preços que a contratação de porteiros ou fiscais proporciona abrindo mão de contarem com um controle realmente efetivo de suas atividades e mercadorias . Não percebem que uma portaria perfeitamente controlada por vigilantes treinados inibe desvios internos que ocorrem frequentemente através de veículos ou pedestres , além de poderem exercer muitos outros controles através de sua atuação .
Os exemplos acima são uma pequena amostra das consequências desse desvio de função que os contratantes estão praticando . Poderíamos listar muitas outras situações onde o risco aumenta em muito , não apenas para o contratante , mas principalmente para o público que frequenta suas instalações . O profissional de segurança é preparado para observar , controlar e corrigir situações de risco ou até mesmo reagir para proteger a sociedade . Um vigilante é preparado para atuar em estabelecimentos bancários , em indústrias , comércio , hospitais , órgãos públicos por onde circulam públicos das mais variadas classes e sabe como agir em todas as circunstâncias .
Temos que exaltar nossas atividades especializadas como transporte de valores , que é exemplo para outros países , especiali- zação em escolta de cargas , a excelência em vigilância pessoal privada e tantas outras atividades que nos colocam em destaque na prestação de serviços essenciais .
Precisamos demonstrar aos nossos contratantes que a diferença que nos distingue das outras categorias paralelas não é apenas a autorização de podermos trabalhar com nossos profissionais armados . Não é a arma que nos distingue , é o treinamento , é a busca permanente por equipamentos de ponta , que permite que nos antecipemos às novas modalidades de crimes .
Hoje as empresas de segurança procuram adaptar-se aos novos tempos para não perderem mercado e , por essa razão , buscam fórmulas para poderem oferecer aos seus contratantes soluções que lhes permitam a manutenção dos contratos . Mas , é fundamental que não se confunda o profissional de segurança com as várias categorias que foram criadas nos últimos anos e que vem corroendo a nossa atividade . Basta um simples levantamento nas centenas de galerias situadas no Centro de São Paulo que teremos um número expressivo de pseudo-seguranças exercendo indevidamente funções que deveriam ser executas pelo nosso setor . É uma fuga de contratos que a cada dia se mostra mais e mais preocupante .
Precisamos nos unir e lutar pela nossa atividade . ■
Victor Saeta de Aguiar , vice-presidente da ABREVIS
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