Revista Redescrições | Page 70

70 SOCIEDADE, LITERATURA E CONTINGÊNCIA SOCIETY, LITERATURE AND CONTINGENCY Mateus Ramos Cardoso* RESUMO: A leitura é um processo que se dá de maneira a dialogar com várias instancias da sociedade, abrindo a possibilidade para compreender vários vocabulários, uma vez que, deter-se em alguns poucos, limitaria o dizer sobre a realidade. A literatura como percepção da contingência da realidade tem no filósofo Richard Rorty de que a defesa de a contingência é uma característica definitiva da nossa realidade. Segundo ele, há um declínio das filosofias tradicionais e das religiões na tentativa de oferecer algum caminho seguro para tentar dizer a Verdade sobre a Realidade, cedendo lugar a ideia de Cultura Literária, como redentora da humanidade. Palavras-chaves: Sociedade; Verdade; Realidade; Literatura. ABSTRACT: Reading is a process that gives way to dialogue with several instances of society, opening the possibility to understand various vocabularies, since, stopping in a few, would limit the say about reality. The perception of literature as a contingency of rea lity has the philosopher Richard Rorty that the defense of contingency is a permanent feature of our reality. According to him, there is a decline of traditional philosophies and religions in an attempt to offer a safe way to try to tell the truth about reality, giving way to the idea of Literary Culture, as redeemer of mankind Keywords: Society, Truth, Reality; Literature. INTRODUÇÃO Em nossa realidade atual, alunos, professores, podem ser apenas pessoas que passam o olhar sobre as palavras e nada mais fazem, eis os “ledores”. Não há, neste sentido, um aprofundamento naquilo que se lê, uma reflexão, ler e ver dito no não dito, descobrir por entre as linhas o que o simples olhar rápido não revela. Uma leitura assim é como um alimento não digerido: “Assim, sua cabeça é semelhante a um estômago e a um intestino dos quais a comida sai sem ser digerida.” (SCHOPENHAUER, 2012, p.22) Redescrições - Revista online do GT de Prag matis mo, ano VI, nº 1, 2015 [p. 70/78]