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complicações intelectuais umas sobre as outras para atingir, ao final de um longo e
tortuoso caminho, aquilo que a experiência ingênua já sabe.
Para Dewey a experiência teria que ser, na filosofia, assim como o é nas ciências
naturais, o ponto inicial e terminal da investigação, colocando problemas e testando
propostas. Se o método empírico fosse adotado no filosofar, a experiência não teria sido
relegada a um lugar secundário e quase acidental como o foi na escola cartesiana.
Dewey assegura que assumir a perspectiva de uma filosofia histórica e contingente é
uma forma de enfraquecer os discursos dominantes das ontologias clássicas que se
“interpõem no caminho da compreensão da força do método empírico em filosofia”
36
.
Dewey argumenta que quando é negligenciada a conexão entre os objetos científicos e
os acontecimentos da experiência primária, o resultado é um quadro de um mundo de
coisas indiferentes aos interesses humanos. Conforme Geiger, a experiência servirá
como um elemento profilático contra a descontinuidade, pois poderá ser utilizada para
corrigir o empirismo parcial que seleciona apenas alguns aspectos da experiência como
reais 37 .
Para se contrapor a um subjetivismo radical, Dewey explica que não é possível
reduzir a experiência unicamente ao processo de experienciar, tratado como algo que é
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