Revista Redescrições | Page 41

41 sentido falar em ideias enquanto subsidiárias do uso social. Conforme Geiger, “o que precisa ser explicado é a eficácia pública, seletiva, ativa das ideias enquanto funcionam na real solução problemas”26 . Assim, toda explicação empírica e experimental está relacionada à atividade teleológica da inteligência. A atividade inteligente envolve um processo de aprendizagem por meio de ações criativas que se desenvolvem na experiência, visando à superação de obstáculos que impedem a realização dos objetivos almejados. Esse crescimento é resultante de estágios que o pensamento percorre e que darão ao indivíduo um aumento de força e flexibilidade na tarefa de resolução de atividades mais complexas. Portanto, o progresso da inteligência humana resulta da sua constante atividade 27 . Características do Método na Epistemologia de Dewey Dewey argumenta que a primeira e talvez a maior diferença entre o método empírico e o não empírico reside na escolha do material original. Para um empirista naturalista autêntico, a discussão clássica da filosofia, centrada na relação entre sujeito e objeto, dá lugar ao problema de identificar as consequências decorrentes dessa relação, ou seja, da distinção entre o físico e o mental, para a nossa vida cotidiana. O que ele quer saber é como se dão os encontros entre os objetos físicos e os juízos inferenciais mais complexos 28 . Desse modo, a capacidade de regulação, oferecida pelo método científico, favorece a compreensão do valor e do significado enriquecido nas coisas da experiência, com maior clarificação, maior profundidade, previsibilidade e continuidade. O desenvolvimento das ciências constitui num crescente “apoderar, pela humanidade, de instrumentalidades mais eficazes no lidar com as condições da vida e da ação” 29 . Assim, o propósito de uma teoria, conforme Dewey, é direcionar a aplicação de tecnologia com vistas a produzir seu objeto onde ele ainda não existe: The office of physical science is to discover those properties and relations of things in virtue of which they are capable of being used as instrumentalities; 26 GEIGER, G. R. John Dewey in Perspective- a reassessment. New York: Mc Graw-Hill Book Co mpany, 1964, p. 68. 27 SHOOK, John R. Os pioneiros do pragmatismo americano. Trad. Fábio M. Said. Rio de Janeiro: DP&A , 2002, p. 138. 28 DEW EY, John. Experience and Nature. New York: Dover Publications, Inc., 1958, p. 19. 29 DEW EY, John. Experience and Nature. New York: Dover Publications, Inc., 1958, p. 11. Redescrições - Revista online do GT de Prag matis mo, ano VI, nº 1, 2015 [p. 30/55]