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A VIOLÊNCIA CONTRA MULHER COMO UMA
HERANÇA PÓS-COLONIAL
MARIA JOSÉ PEREIRA ROCHA*
RESUMO:
Este artigo tem como preocupação central analisar a imagem da violência contra a
mulher como um legado pós-colonial presente no filme “A fonte das mulheres”, nas
notícias veiculadas nos meios de comunicação de massa que retratam a violência no
cotidiano feminino em diferentes países do mundo na contemporaneidade. Para refletir
sobre tais temáticas será tomado como referência o relato de uma mulher que sofre de
violência doméstica desde os 14 anos de idade.
Palavras-chave: imagens de mulheres, violência, cinema, pós-colonialismo
A dificuldade de abordar o tema da violência é que este implica e envolve
questões teóricas, metodológicas e políticas. Para enfrentar esse desafio lanço mão de
elementos como: o filme A fonte das mulheres, notícias veiculadas nos meios de
comunicação de massa que retratam esse fenômeno no cotidiano feminino em diferentes
países do mundo. E por último foco no relato de uma mulher goiana que vivencia a
violência doméstica desde os 14anos de idade. Todas essas possibilidades remetem ao
silêncio e a submissão.
O filme A Fonte das Mulheres registra uma história de uma aldeia situada entre
a África e o Oriente Médio, onde as mulheres são responsáveis por buscarem a água que
é utilizada pelas famílias. Para isso, precisam caminhar grandes distâncias embaixo de
sol escaldante, enquanto seus maridos ficam em casa bebendo e jogando. Um dos
habitantes do vilarejo fica noivo de Leila, uma francesa que mora há algum tempo na
região. A jovem não aceita a tradição e decide pôr fim a isso, exigindo que os homens
passem a buscar água. Por se tratar de uma comunidade extremamente machista, a
solução encontrada é fazer “greve de sexo”, o que, entre islamistas radicais, causa
muitos problemas.
A narrativa mostra que muitas mulheres perderam seus bebês em consequência
da tarefa árdua de buscar e carregar água retirada da fonte localizada na montanha. Uma
senhora chamada: Velho Fuzil diz para as mulheres reunidas em um banheiro coletivo :
“Um dia um francês me perguntou: „Quais foram os momentos mais felizes da sua
vida?‟
Redescrições - Revista online do GT de Prag matis mo, ano VI, nº 1, 2015 [p. 19/26]