91
following questions: What are the structures of micro and macro polities in a glocalized
order? What should be the guiding principles for the governance of these
polities/political communities? Method: The questions raised in this paper are addressed
by critically discussing the writing of Peter Sloterdijk. In his spherology, Sloterdijk has
presented a new theory about the emergence of communities, which he analyzes from a
spherological point of view. In “Du musst Dein Leben ändern”, he formulates a new
ethical theory, which can be used as inspirational ground for a normative theory for the
governance of the glocalized order. Result: This study provides a new understanding of
the conceptof community. Instead of the traditional dichotomy between community and
society, communities – or, social spheres – are presented as complex and thick
phenomena, which can be analyzed in nine dimensions (chirotope, phonotope,
uterotope, thermotope, erotope, ergotope, alethotope, thanatotope, nomotope).
Furthermore, the concept of social spheres is scalable – form the microsphere of a small
group of persons to plural spheres, which nowadays cover the planet earth in the form
of mountains of foams. Based on this spatial view, a normative theory of governance
emerges, inspired by the principles of immunology.
Keywords: Universalization. Community. Co-immunology. Peter Sloterdijk.
Introdução
A escolha de qualquer conjunto de pressuposições ontológicas predetermina até
certo grau como se definem o particular e o seu contexto. Isso se torna particularmente
claro quando se debate a natureza das relações internacionais e da política internacional.
Aqui, a questão ontológica pode ser traduzida em duas questões: “O que constitui atores
na política internacional?”, “Qual é a natureza que tais atores mantém entre si?”. As
implicações das respostas a essas questões são não só filosóficas, mas também
relevantes na prática, já que pressuposições ontológicas guiam atores reais na política
mundial em suas percepções e atos em relação a assuntos globais.
A distinção clássica entre realistas e idealistas nas Relações Internacionais é
baseada na pressuposição de que o domínio político pode se estruturar ou
anarquicamente ou hierarquicamente. No filamento idealista, a imutabilidade da
anarquia é rejeitada em favor de uma entidade política universal que a domestica e
estabelece uma autoridade abrangente (PROZOROV, 2009, p. 216). De acordo com
Prozorov, ambas as posições estão baseadas em uma ontologia política de identidade,
que por definição não pode romper com o particularismo: os realistas afirmam
Redescrições – Revista online do GT de Pragmatismo, ano V, nº 3, 2014 [p. 90 a 110]