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comunicação são capturadas de muitas partes: no controle do Estado, nas práticas e
teorias midialógicas etc. Kant, por outro lado, enquanto intercessor filosófico de Evans,
é sentido mais na ausência que num efetivo confronto entre ambas as filosofias.
Restringindo-se à Crítica da razão pura, Evans no entanto deixa escapar uma das
principais distinções apresentadas por Kant nesta obra, segundo a qual se apreende dois
tipos de síntese, uma que partiria de determinações espaço-temporais para pô-las em
correspondência a determinações conceituais (recognição), e outra que partiria do
conceito para buscá-lo na intuição (esquema). Ambas as sínteses são, evidentemente,
uma operação do conhecimento, mas são também atos da imaginação, e não meramente
de uma imaginação que gera imagens (denominada imaginação reprodutora): Kant dá
um sentido completamente novo à imaginação enquanto produtora de espaços-tempo,
atuando na origem das matemáticas e da geometria, bem como na criação estética de um
artista (e que desemboca nos fascinantes desdobramentos da Crítica da faculdade do
juízo, com a experiência do sublime e a liberação da imaginação de modo que ela
alcance uma função legisladora, ou a criação de um acordo livre e indeterminado entre
as faculdades, sem cair no dogmatismo que afirma uma harmonia entre o sujeito e o
objeto). O motivo por que Evans deixa escapar esse grande momento da filosofia
kantiana está na maneira como ele concebe a imaginação, que parece não passar de uma
variação arbitrária da memória16.
Pressuposto IV – Um sujeito universal cujas habilidades específicas no trato de
informações garantem a objetividade do mundo.
Numa filosofia racionalista de tipo clássico (com a qual enxergamos não poucas
afinidades na teoria de Evans), há um sujeito cujo acesso à verdade do mundo é dado
através de uma inclinação à verdade, uma inclinação inata ao sujeito e que lhe põe em
contato com a verdade do mundo. Evans, com toda certeza, não mais precisa dessa
noção antiga17 para constituir uma identidade do sujeito com o mundo, mas a postulação
do sujeito evansiano requer a mesma função, que é desempenhada pelas habilidades que
este possui, as quais lhe é devido usar, na forma de juízos, de modo a constituir um
16
(EVANS: 1982, p. 246-247).
Que pode ser remontada a Aristóteles: “Todos os homens, por natureza, anseiam saber” (Met.
I, 980a), ou “desejam”, conforme a tradução de Tomás de Aquino para ρέγω: “Proponit igitur pr