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the efforts of a whole discipline called psychoanalysis.
Keywords: Language. Perception. Psychosis. Logic.
Vale advertir, antes de começar, que a ordem de exposição dos pressupostos não
supõe hierarquia alguma entre eles.
Pressuposto I – Uma língua padrão, abstrata e homogênea (ou uma estrutura constante
e invariável de atos lingüísticos).
Na lingüística, principalmente na escola encabeçada por Chomsky, isso funciona
como postulado (ainda que existam lingüistas que trabalham numa contra-tendência que
define a linguagem segundo uma linha heterogênea de variação, não só entre uma língua
majoritária e seus dialetos, mas entre o conjunto de enunciados de uma língua e suas
efetuações, num ponto de vista pragmático2). Isso não quer dizer que os lingüistas
ignoram o fato de uma língua ser uma realidade essencialmente heterogênea, mas eles
exigem que se extraia, deste conjunto, uma linguagem padronizada como condição
abstrata ou ideal para o estudo científico, pois, de acordo com o modelo científico de
que se valem, garante-se com isso a constância e a homogeneidade do objeto.
Muito
embora saibamos que a lingüística e a filosofia analítica são estranhas uma à outra no
que diz respeito ao tratamento da linguagem, o motivo de trazer esse postulado da
lingüística neste texto é por entendermos que Evans faz o mesmo quando rejeita as
línguas vernaculares numa nota-de-rodapé:
nossas línguas vernaculares não foram feitas para conduzir provas. E os
defeitos que brotam disso são, precisamente, minha principal razão para
erguer uma notação conceitual. A tarefa de nossas línguas vernaculares é
essencialmente preenchida se as pessoas comprometidas em comunicação
uma com a outra conectarem o mesmo pensamento, ou aproximadamente o
mesmo pensamento, com a mesma proposição. Pois de modo algum é
necessário que as palavras individuais devam ter um sentido e significado por
si mesmas, contanto que a proposição inteira tenha um sentido.3
2
Cf. William Labov (1972).
(EVANS: 1982, p. 11). – Pode-se até extrair uma conclusão paradoxal, pois os muitos exemplos
do seu livro foram quase que totalmente imaginados a partir de eventos e objetos ordinários, e há toda
uma atmosfera doméstica nas situações apresentadas, onde a linguagem vernacular é sem dúvida
determinante. O paradoxo está em pensar que uma nota-de-rodapé (essa de Evans) seria capaz de soltar
uma nuvem de abstração por todo o livro, pondo em xeque seus exemplos.
3
Redescrições - Revista online d