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conceitos, modos de referências, formas de descrições, apresentação de significados,
etc., são imutáveis. Putnam esclarece sua posição da seguinte maneira:
A ideia de que nossas palavras e nossa vida são constrangidas por uma
realidade exterior a nós desempenha um importante papel em nossa vida e
deve ser respeitada. A fonte de confusão reside no erro filosófico vulgar de se
supor que o termo realidade tem de referir-se a uma única supercoisa, em vez
de considerar as formas como renegociamos incessantemente – e somos
forçados a renegociar – nossa noção de realidade à medida que nossa
linguagem e nossa vida se desenvolvem. (PUTNAM, 2008, 23)
A esta crítica segue-se naturalmente o que Putnam nos trará, a saber, a
constatação da ininteligibilidade da afirmação, feita pelo realista tradicional, de que há
“uma nítida linha divisória entre as propriedades que ‘descobrimos’ no mundo e as que
‘projetamos’ no mundo” (2008, p. 35). Esta crítica é moderadamente e